Especialista dá dicas preciosas para quem não sabe por onde começar
Chegamos no segundo semestre de 2023 e, de acordo com levantamento realizado pelo Serasa em abril de 2023, o Brasil conta com 71,44 milhões de pessoas em situação de inadimplência.
O número representou um crescimento de 732 mil pessoas em relação ao mês anterior, o que mostra que muita gente ainda precisa avaliar a situação financeira e buscar meios de sair desse status negativado.
Segundo o especialista Daniel Gava, CEO da Rooftop, startup líder em soluções imobiliárias para proprietários de imóveis com necessidades financeiras, existe uma luz no final do túnel e mesmo nas situações mais difíceis as pessoas podem sair desse cenário de endividamento.
Para ajudar quem não sabe por onde começar, Daniel listou 7 dicas de finanças valiosas:
1. Raio-x do orçamento
O primeiro e mais importante passo é colocar na ponta do lápis todo o ganho de capital mensal e os gastos fixos e variáveis. Pode-se usar planilhas de excel pré-prontas ou então desenhar sua própria matriz, o importante é entender para onde o dinheiro que entra, está indo. Se trata de reconhecer a dívida e situação financeira atual, só assim será possível fazer um planejamento eficaz para reduzir os gastos variáveis e quitar os débitos.
2. Controle seus gastos
Uma vez que todas as dívidas estão mapeadas, é hora de classificar e pesar os gastos. O que são gastos fixos e essenciais, como custos de alimentação, moradia, medicamentos de uso contínuo etc., e o que não é essencial e que poderia ser redirecionado para o pagamento das dívidas.
Esse é o momento de entender quanto se consegue poupar por mês para quitar os débitos e cortar alguns custos, como comprar roupas e outros itens pessoais, comer fora de casa etc. Nem sempre é necessário cortar todo o lazer, por exemplo, mas identificando quanto é gasto com ele é possível mensurar um valor para ser poupado. Quando não estabelecemos um limite em nosso orçamento mensal é muito comum gastar tudo aquilo que recebemos.
3. Procure seus credores para renegociar suas dívidas
Sabendo qual é a quantia disponível para o pagamento da dívida, é hora de fazer contato com bancos e instituições credoras para negociar. Entender quais as condições de pagamento da dívida em questão, taxas de juros, prazo dessa nova dívida, a partir do montante que tem disponível. Dependendo da situação geral, os bancos costumam conceder grandes descontos para garantir que vão receber pela dívida, ao invés de deixá-la correr por mais tempo. Portanto, não seja comedido ao propor os acordos e não caia na pressão dos atendentes de cobrança.
4. Priorize as dívidas com juros maiores
Caso haja mais de uma dívida a ser paga, é importante priorizar as que têm os maiores juros e a menor possibilidade de desconto. Dívidas de condomínio, escola, prestação da casa, do carro, por exemplo, são mais difíceis de terem desconto. São essas que irão prejudicar a vida financeira do inadimplente e podem se tornar uma verdadeira ‘bola de neve’ com o passar do tempo. Empréstimos sem garantia, cartão de crédito, conta garantida e cheque especial, apesar de ter os maiores juros, tem a maior possibilidade de descontos e parcelamentos.
5. Entenda se existem dívidas que podem estar prescritas
Alguns tipos de dívidas, como pagamento de empréstimo pessoal, contratos bancários, cartão de crédito, além de outras, prescrevem em 5 anos após a data de vencimento. Essas dívidas, após a prescrição, não precisam ser pagas e a cobrança das mesmas é ilegal.
Para sair das dívidas, é interessante entender o status dos débitos, pois muitas vezes as pessoas estão se programando para um pagamento que pode não ser mais cobrado do cliente.
6. Avalie tomar um novo crédito
Quando suas dívidas acumulam valores muito altos, essa simples organização financeira mencionada pode ser um desafio, afinal para conseguir uma negociação vantajosa com as instituições será necessário ter em mãos uma quantia alta já poupada. Diante desse cenário quase sem solução, respire fundo, nem tudo está perdido. Já existem outras opções de crédito para quitar o montante maior com desconto e ficar com as parcelas do novo financiamento. Soluções em que imóveis ou automóveis entram como garantia, costumam ter taxas melhores.
Além disso, existem empresas que conseguem gerar liquidez fazendo a compra do imóvel financiado e tornam o proprietário em inquilino do próprio imóvel por um período pré-determinado. Isso permite que o proprietário desse imóvel consiga se reorganizar e quitar suas dívidas. Essa opção deve ser avaliada caso a caso, e a melhor maneira de entender se faz sentido no seu é entrando em contato com essas empresas para fazer um diagnóstico e traçar um plano estruturado de ação.
7. Evite fazer novas dívidas
Uma vez que conseguiu se livrar das dívidas, teve o nome retirado dos órgãos de restrição de crédito como Serasa, continue organizando a vida financeira e evite fazer novos débitos. Se organize para fazer compras à vista, pesquise os melhores valores antes de adquirir algo e faça uma autoavaliação sobre como chegou nesta situação, assim será possível evitar novos deslizes no futuro.
Seguindo esses passos, é possível que a pessoa consiga se organizar financeiramente tendo em mente que o primeiro passo é sempre o mais difícil. Em casos mais graves com dívidas maiores, o recomendado é procurar por ajuda especializada.