Organizar o orçamento ajuda a reduzir impactos imediatos e aumenta a segurança até a recolocação profissional
A onda de desligamentos recentes no Itaú reacende uma preocupação antiga, porém sempre atual, de como reorganizar a vida financeira após a perda de um emprego. O impacto vai além do orçamento doméstico e mexe com a autoestima, exigindo atenção imediata para que a transição não comprometa o futuro.
De acordo com a especialista em planejamento financeiro Adriana Ricci, a primeira medida é fazer um diagnóstico honesto das contas, listando todas as despesas fixas e variáveis. “Com esse levantamento é preciso enxergar onde é possível cortar gastos, priorizando apenas o essencial até que uma nova fonte de renda seja estabelecida. Outro alerta importante é redobrar o cuidado com o uso do crédito, evitando compromissos que possam se transformar em dívidas futuras de difícil controle”, orienta.
Manter a calma também é fundamental. Não é necessário entrar em pânico, mas também não é preciso fingir que nada mudou. O orçamento precisa ser ajustado imediatamente, porque cada dia conta. Ao reduzir despesas e proteger a reserva existente, o profissional ganha fôlego para se recolocar com mais tranquilidade.
A especialista ressalta que o auxílio-desemprego e a rescisão contratual funcionam como uma ponte temporária, mas devem ser administrados com cautela. Se houver reserva de emergência, o ideal é que ela seja utilizada de forma gradual e estratégica, sempre considerando o prazo médio de recolocação no mercado. “O dinheiro disponível precisa ser dividido em etapas. Se o profissional sabe que, em média, a volta ao trabalho leva seis meses, ele deve planejar cada gasto dentro desse horizonte. Assim, evita surpresas e mantém o controle da situação”, explica.
Nesse processo, também é recomendável buscar alternativas de geração de renda extra, mesmo que temporárias. Atividades como consultorias, freelances ou venda de serviços pontuais podem contribuir para aliviar a pressão financeira e, ao mesmo tempo, abrir novas perspectivas profissionais.
“A demissão inesperada é sempre um baque, por isso, reforçamos tanto a importância da reserva de emergência, afinal a gente nunca sabe quando vai ser preciso usar. A readequação financeira em um momento de desemprego exige disciplina, informação e escolhas conscientes, mais do que atravessar um período difícil, a organização se torna uma ferramenta de proteção e ponto de partida para novos caminhos”, finaliza a fundadora da SHS Investimentos.