Europ Assistance Brasil

Como usar a segunda parcela do décimo terceiro salário: pagar dívidas, investir ou guardar para emergências?

Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP® e especialista em finanças comportamentais / Foto: Divulgação
Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP® e especialista em finanças comportamentais / Foto: Divulgação

Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP® e especialista em finanças comportamentais, orienta o que fazer com o dinheirinho extra tão esperado no fim do ano

A segunda parcela do décimo terceiro deve ser paga até esta sexta (20). O destino desse recurso extra, no entanto, exige planejamento. De acordo com Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP® e especialista em finanças comportamentais, as diferentes situações de cada pessoa exigem uma abordagem diferente para garantir a saúde financeira.

“Se você tem dívidas com juros altos, como cartão de crédito ou cheque especial, priorize quitá-las imediatamente. Dívidas com juros acima de 3% ao mês podem se transformar em uma bola de neve que compromete todo o orçamento”, orienta Jeff. Ele destaca que eliminar essas pendências é o primeiro passo para um futuro financeiro mais estável.

Mas o que fazer se as dívidas estão controladas? Nesse caso, o foco deve ser a construção da reserva de emergência. Jeff explica que essa reserva precisa ser suficiente para cobrir pelo menos seis meses de despesas fixas. “A reserva de emergência é a sua proteção contra imprevistos, evitando que recorra a empréstimos ou ao cheque especial, que possuem taxas altíssimas”, acrescenta.

Para quem já possui a reserva de emergência e não tem dívidas urgentes, a recomendação é equilibrar o uso do dinheiro. “Uma estratégia inteligente é dividir o 13º em três partes: 50% para a reserva de emergência, 30% para realizar desejos de curto prazo e 20% para investimentos de longo prazo, como aposentadoria. Esse equilíbrio permite aproveitar a vida agora enquanto você se prepara para o futuro”, diz Jeff.

Para quem quer rentabilizar o 13º salário, Jeff sugere que o planejamento de investimentos siga a lógica das três reservas: emergências, desejos e aposentadoria. “Não coloque todo o dinheiro em um único investimento. Diversificar é a chave para atingir diferentes objetivos”, ressalta.

A reserva de emergência, por exemplo, deve ser mantida em aplicações com liquidez diária e baixo risco, como um CDB que pague 100% do CDI. Já a parte destinada aos desejos pode ser investida conforme o prazo de realização e o risco que você está disposto a correr. “Se o objetivo for viajar para o exterior, vale usar contas em dólar, como as oferecidas por Nomad, Wise ou Revolut. Para metas em reais, aplicações como LCI, LCA ou fundos multimercado são boas opções”, detalha Jeff.

Já a reserva de longo prazo deve ser alocada em investimentos que ofereçam maior rentabilidade, como fundos imobiliários, ações ou títulos atrelados à inflação. “Se você quer se aposentar com tranquilidade, precisa investir em produtos que ofereçam bons retornos no longo prazo. É importante sempre considerar o seu perfil de investidor antes de decidir”, reforça.

Mesmo para quem é CLT, Jeff afirma que a previdência privada é essencial no planejamento financeiro. “O INSS tem um teto de benefício que, para muitos, não será suficiente para manter o padrão de vida. A previdência privada permite acumular recursos adicionais e oferece vantagens fiscais, como a dedução de até 12% da renda tributável no modelo completo do Imposto de Renda”, explica.

Além disso, ele destaca que a portabilidade entre fundos de previdência privada é um grande atrativo, já que permite ajustar a estratégia de investimentos conforme o cenário econômico sem incidência de impostos. “Outra vantagem é que muitas empresas oferecem planos de previdência corporativa, em que o empregador faz contribuições adicionais para o plano do funcionário. Isso pode representar um ‘aumento’ indireto de 2% a 5% no salário”, diz Jeff.

Para quem gastou todo o 13º salário deste ano, Jeff dá dicas práticas para 2025. “O primeiro passo é ajustar seu planejamento financeiro para gastar menos do que ganha. Identifique despesas desnecessárias e adote o hábito de reservar parte da sua renda para investimentos assim que receber o salário”, aconselha.

Ele reforça que o segredo para não ceder aos impulsos é tirar o dinheiro da conta corrente. “Assim que receber o 13º, transfira uma parte para uma conta de investimentos. Deixar o dinheiro parado na conta é um convite ao consumo por impulso. Onde está o seu 13º do ano passado? Provavelmente, você nem sabe”, provoca Jeff.

Com um pouco de disciplina e organização, é possível transformar o 13º salário em um aliado para alcançar objetivos e garantir mais tranquilidade financeira. “Adote hábitos saudáveis ao longo do ano. Gastando menos em supérfluos, você realiza mais desejos e entra em 2025 com mais leveza”, conclui.

Total
0
Shares
Anterior
Entenda como as altas temperaturas impactam na saúde cardiovascular
Taquicardia revelada por Sandra Annenberg é comum, mas exige cuidado: confira 5 dicas de como proteger o seu coração em meio à pressão do mercado de trabalho / Foto: Puwadon Sang-Ngern / Pexels

Entenda como as altas temperaturas impactam na saúde cardiovascular

Próximo
O segmento Odontológico busca regulação específica
Roberto Seme Cury, presidente da Associação Brasileira de Planos Odontológicos (Sinog) / Foto: Divulgação

O segmento Odontológico busca regulação específica

Confira artigo de Dr

Veja também