O fim do ano movimenta o comércio eletrônico como nenhum outro momento. Entre Black Friday, Natal e a temporada de trocas e liquidações de janeiro, milhões de transações circulam em plataformas digitais em poucos dias. É justamente nesse período de alto volume que o crime cibernético se intensifica porque os cibercriminosos aproveitam a pressa para garantir presentes, o senso de urgência das promoções e o uso cada vez maior de meios de pagamentos digitais.
Dados recentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que o risco de fraudes está longe de diminuir, pelo contrário, cresce com mais força. No primeiro semestre de 2025, o “golpe da falsa venda” foi o mais reportado pelos consumidores aos bancos, com 174 mil ocorrências, um aumento de 314% em comparação ao mesmo período de 2024. Os golpes deixaram de ser apenas mensagens suspeitas ou links maliciosos e passaram a incluir estratégias avançadas de engenharia social, imitação de marcas confiáveis e até o uso de inteligência artificial para ampliar ataques com precisão e escala.
Fabricio Ikeda, diretor sênior da área de parcerias e alianças da FICO, referência global em softwares analíticos, destaca que o ambiente de risco não deve afastar o consumidor, mas exige maturidade digital. Segurança passa a ser parte natural da experiência de compra, assim como comparar preços ou buscar o melhor prazo de entrega.
“Isso significa avaliar o vendedor antes de concluir o pedido, reconhecer sinais de alerta e adotar práticas que reduzam a exposição de dados e credenciais financeiras. Em um cenário de golpes cada vez mais profissionais, a prevenção é menos sobre medo e mais sobre protagonismo. O consumidor bem informado ajuda a construir um ecossistema digital mais seguro e diminui a probabilidade de ser alvo de fraudes”, orienta Ikeda.
Com base nas boas práticas do setor e nas recomendações da FICO, seguem pontos essenciais para uma jornada de compra mais segura no fim do ano:
Dicas para comprar com segurança
- Pesquisar a reputação e o histórico da loja, priorizando canais oficiais e verificáveis.
- Preferir métodos de pagamento com proteção antifraude, como cartões virtuais ou carteiras digitais.
- Ativar autenticação em dois fatores nas contas de e-commerce e nos apps financeiros.
- Manter dispositivos, navegadores e sistemas atualizados, reduzindo vulnerabilidades.
- Não usar dispositivos públicos ou de outras pessoas, mesmo sendo de familiares, pois estes podem estar comprometidos.
- Evitar clicar em links recebidos por mensagens e digitar o endereço diretamente no navegador.
- Monitorar transações e extratos após as compras para identificar movimentações suspeitas.
Essas ações representam mais que um checklist. Elas refletem uma mudança de postura necessária frente à sofisticação dos golpes digitais. Varejistas e instituições financeiras investem pesadamente em tecnologias para detectar fraudes em milissegundos, utilizando IA, biometria comportamental e modelos preditivos capazes de bloquear transações antes que o consumidor perceba algo errado. Ainda assim, o fator humano continua determinante. Um clique impulsivo pode resultar em prejuízo financeiro, engenharia social, roubo de dados ou até sequestro de identidade digital.
A temporada de presentes e celebrações continua sendo uma das mais aguardadas do ano. Com atenção, tecnologia e escolhas conscientes, o consumidor aproveita as promoções com tranquilidade e transforma o fim do ano em uma experiência positiva, com compras seguras e sem surpresas.
