Em evento realizado em Brasília, associação reuniu os principais players do setor para debater o futuro do OPF no Brasil
Nessa quarta-feira (29), a INIT (Associação dos Iniciadores de Transição de Pagamentos – ITPs) promoveu a segunda edição do “Open Finance na Prática”, no auditório do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), na capital federal, que contou com a presença de diversos representantes do setor para debater o futuro do OPF no Brasil.
Na abertura do evento, o Coordenador Geral de Economia e Legislação do Ministério da Fazenda, Alexandre Rêbelo Ferreira, falou sobre a importância e o desafio de conseguir mudar hábitos, pensando no futuro da relação das pessoas com o dinheiro, que ele acredita ser um diálogo global.
“A prática do OPF tem uma grande vitrine em termos de escopo, implementação, tendo o Brasil como um grande exemplo. Há ainda muito aprendizado para outros campos da regulação sobre como o OPF funciona, além do desafio de como conectar toda essa infraestrutura em um cenário de proteção do consumidor”, afirmou.
Evolução até o momento e visão de futuro
No primeiro painel, foram discutidos os principais desafios enfrentados até o momento e casos de uso relevantes para o desenvolvimento do Open Finance no Brasil.
O bate-papo foi moderado por Isabel Sica, Conselheira da INIT, e contou com a presença e visões de diferentes atores dentro do universo do Open Finance.
Com a visão do regulador, o Chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (DENOR), João André Calvino, afirmou que o Open Finance foi pensado para dar a condição para que o mercado pense nos casos de uso. “Estamos em uma fase de implementação, com entregas bastante relevantes. É um projeto de longo prazo e sabemos do poder de transformação. É importante ter essa conexão para que os serviços possam ser criados e disponibilizados para o cidadão”, acredita.
Já com a visão das instituições financeiras, Ivo Mósca, Conselheiro Titular no Conselho Deliberativo do Open Finance, acredita que o maior desafio é o da interoperabilidade. “Como não temos nenhuma plataforma central validando a comunicação, é difícil não ter uma relação bilateral para entender o problema. Quando tivermos a solução plug and play, abriremos caminho para que todo o resto ande”, afirmou.
Principais desafios e novidades para 2024
No segundo painel, “Próximos passos para a agenda evolutiva do Open Finance”, o debate focou em como criar soluções e um ambiente colaborativo para que o Open Finance avance ainda mais no Brasil.
Segundo Carlos Jorge, Sócio Fundador da Chicago Advisory Partners e Secretário Geral do Open Finance no Brasil, já existe um intenso cronograma com datas regulatórias programadas, além de um pacote de melhorias, que contemplam qualidade de dados e monitoramento do ecossistema.
“Existem as novidades que já estão em curso, como as de iniciação de pagamentos e todas suas funcionalidades novas (PIX automático, agendamento recorrente, jornada sem redirecionamento) e as programadas (Câmbio de credenciamento, novas APIs e o EPOC). Em dezembro começa o monitoramento contínuo da jornada do cliente”, revela.
Comunicação para aproximar
Encerrando o evento, o Presidente da INIT, Gustavo Lino, reforçou que a associação pretende seguir com uma amplitude de visões. “O Open Finance é um trabalho colaborativo entre todos e é assim que queremos continuar. Seguiremos evoluindo com o OPF, abrindo a discussão para todos. A INIT não é associação somente dos ITPS, é a associação mais próxima que o usuário tem para o OPF”, afirmou
Para o presidente, a comunicação será a chave principal para 2024. “Sem o usuário entender os benefícios do OPF, nada do que falarmos vai ter um resultado efetivo. 2024 é um ano importante, porque abrirá várias portas para que o usuário entenda tudo isso. Estamos em um caminho positivo de entender o objetivo comum do mercado como um todo. A INIT se coloca à disposição para trabalhar em conjunto e seguir na prática a evolução do OPF”, finalizou.