A expectativa é de um desempenho superior em 2023, refletindo os avanços econômicos e a confiança dos consumidores
Pesquisa realizada pela ACSP/PiniOn com famílias residentes no estado de São Paulo (893) revela que 40,7% dos entrevistados pretendem comprar na Black Friday. Já 31,9% responderam que não têm intenção de compra na data, enquanto 27,5% ainda não sabem. Em relação ao ano passado, houve aumento na proporção dos que manifestaram intenção de compra, diminuição da porcentagem dos que não pretendem adquirir presentes e elevação do número de indecisos.
Antecipar as compras de Natal na Black Friday é a intenção de 26,4% dos consultados, enquanto 46,9% têm interesse em adquirir itens que estejam precisando. A maioria (47,8%), no entanto, respondeu que deseja comprar para aproveitar as grandes promoções e descontos oferecidos somente nesta data.
Para o economista do Instituto Gastão Vidigal da ACSP (IGV/ACSP), Ulisses Ruiz de Gamboa, “esses resultados sugerem que, tal como ocorreu com a pesquisa nacional, não deveria haver ‘canibalização’ importante das compras de Natal, aumentando a chance de maior crescimento das vendas do varejo, tanto em novembro como em dezembro”.
Do grupo de entrevistados que planejam realizar compras no período, 44,2% pretendem gastar mais do que em 2022, enquanto 23,6% desejam o contrário. Em relação ao nível de gasto, a tendência nacional se repete. A grande maioria (57,4%) pretende gastar acima de R$ 400. Para Ruiz de Gamboa, “a exemplo do que ocorreu na pesquisa nacional, aumentou o número de entrevistados que têm intenção de gastar mais durante a Black Friday, a maior faixa de despesa pretendida, o que pode ser explicado pelo avanço da ocupação e da renda e pela maior confiança do consumidor”, explica o economista.
A pesquisa também apontou que, a exemplo do que revelou a pesquisa nacional, a maioria das compras seria realizada em grandes redes do varejo (58,6%), e de forma remota, pelo computador, celular ou tablet (55,9%), como é costume na Black Friday.
Na Tabela 1, estão as principais categorias de bens e serviços que fazem parte da intenção de compra dos entrevistados, assim como qual será a forma de pagamento à vista (dinheiro/débito, PIX) ou parcelada. Vale recordar que mais de uma opção pode ser escolhida por cada um dos consultados.
Nas intenções de compra captadas, tal como no ano passado e do ponto de vista nacional, continuam predominando, em termos individuais, roupas, calçados e acessórios (42,6%), celular (21,7%), perfume (22,3%), móveis e artigos para o lar (21,2%), computador, notebook e tablet (16,5%), televisor (13,7%) e artigos de linha branca (37,9%). A exemplo dos resultados de 2022 e da pesquisa nacional, existe maior preferência pelo pagamento à vista, o que refletiria o custo ainda elevado do crédito, como explica o economista da ACSP.
“É tradicional que artigos eletroeletrônicos apresentem a maior intenção de compra durante a Black Friday, contudo, itens de uso pessoal continuam se destacando, o que pode estar vinculado tanto à ausência das restrições de mobilidade social como ao fato de que, em geral, são produtos de menor valor, num contexto de situação financeira ainda relativamente difícil”, acrescenta.
Município de São Paulo
A pesquisa também permitiu obter as intenções de compra de uma amostra de residentes na cidade de São Paulo (329). Em linhas gerais, os resultados desse recorte seguem as tendências estaduais, tal como mostra a Tabela 2, que contém as principais categorias de bens e serviços associados a essas intenções de compra municipais.
Os entrevistados que residem na cidade de São Paulo também, em sua maioria, pretendem comprar em grandes redes de varejo (58,2%), de forma remota (57,5%) itens que custem acima de R$ 400 (53,4%). Tal como no Estado como um todo, a maior parte dos entrevistados pretende gastar mais nesse ano (41,0%), enquanto 27,1% desejam o contrário, com 19,8% ainda indecisos.
As principais diferenças, em relação ao Estado como um todo, referem-se a uma propensão levemente menos marcada para adquirir presentes: 37,8% pretendem comprar, enquanto 28,4% manifestaram desejo contrário, com 34,2% indecisos. Outra diferença importante está em que a maioria dos consultados (48,9%) deseja adquirir itens que estão precisando, enquanto 47,0% pretendem aproveitar as promoções e descontos. A participação da intenção de compras antecipadas para o Natal também foi menos expressiva (23,6%).
Para Ruiz de Gamboa, “tal como aparece no caso da pesquisa nacional, as perspectivas para as vendas da Black Friday no Estado e na Cidade de São Paulo sugerem um resultado superior a 2022, principalmente em decorrência dos aumentos da renda e do emprego e da elevação da confiança do consumidor. Adicionalmente, as intenções de compra reveladas pela pesquisa apresentam destaque não somente para artigos eletroeletrônicos, como também para aqueles de uso pessoal”, afirma.