Em relação ao mesmo mês do ano passado, no entanto, o Índice Nacional de Confiança (INC) deste mês registrou crescimento de quase 10%
O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado para a Associação Comercial de São Paulo pela PiniOn, caiu para 100 pontos em abril, apontando uma redução de 3,0%, em relação a março, mas registrando aumento de 9,9%, na comparação com o mesmo mês de 2022.
Esta é a terceira queda mensal consecutiva do INC e traz a confiança do consumidor de volta para o campo da neutralidade (100 pontos), interrompendo, assim, a tendência crescente, iniciada em maio de 2021.
A pesquisa INC – ACSP/PiniOn foi realizada com uma amostra de 1.700 famílias, a nível nacional, residentes em capitais e cidades do interior. A diminuição do INC ocorreu nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, enquanto nos casos do Centro-Oeste e Sul houve aumento e estabilidade, respectivamente, provavelmente devido ao desempenho favorável do agronegócio. Na análise por classes sociais, a redução da confiança foi generalizada.
Para o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), Ulisses Ruiz de Gamboa, “a piora da percepção das famílias se aprofundou em relação à sua situação financeira atual, com diminuição na segurança no emprego. As expectativas positivas sobre a situação financeira futura das famílias e as evoluções do País e da região de moradia apresentaram recuo mais expressivo em relação a março”.
É importante também salientar, segundo o economista, que a deterioração da percepção sobre a situação atual e o menor otimismo em relação ao futuro refletiu na queda da proporção de entrevistados interessados em comprar itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como geladeira e fogão, ou mesmo realizar investimentos.
Sobre o recuo do INC pelo terceiro mês consecutivo, o economista da ACSP acrescenta: “A tendência decrescente se deve a continuidade da desaceleração da atividade, reduzindo a geração de empregos. A inflação ainda elevada, que corrói a renda das famílias, também explica esse resultado”, complementa.