Veja relatório de Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos
Resumo dos mercados (às 5h45):
- S&P 500 Futuro: 0,11%
- Stoxx 50: 0,55%
- Nikkei 225: 1,05%
- Shanghai Composite: -0,05%
- Treasury 10 anos: queda em 3,385%
- DXY: -0,35% em 102,18
- Minério de Ferro (Singapura): 1,57% a US$ 119,70
- Petróleo (Brent): 0,65% a US$ 84,75
Em véspera de CPI nos EUA, o viés baixista na inflação chinesa, que deve atuar como vetor desinflacionário global nos próximos meses, leva a recuo nas taxas de juros americanas, resultando em alta das bolsas internacionais, com os índices europeus se ajustando após 2 dias sem negociações. O clima de menor aversão a risco leva à queda global do dólar, que beneficia commodities, com açúcar emendando 8ª alta seguida, e as criptos, com Bitcoin ultrapassando os 30 mil, na máxima desde jun/22. Por aqui, a dia dominado pelo IPCA de mar/23, que será impactado pela reoneração de combustíveis. A abertura deve ser positiva para o Ibovespa e para o Real, se beneficiando dos ganhos das commodities e da menor aversão a risco global, enquanto dados de inflação devem pautar a sessão do DI futuro. Com o mercado já tendo precificado um IPCA elevado, a abertura e, principalmente, o comportamento dos núcleos devem pautar a reação dos juros locais.
Ásia: a inflação abaixo do esperado na China, a manutenção dos juros na Coréia e boatos de que Buffett aumentará suas posições em ações japonesas levaram à sessão positiva na maioria das bolsas. Na China, o CPI deflacionou 0,3% em mar/23, acumulando 0,7% (exp 1,0% a/a) em 12 meses. O PPI ficou estável, caindo 2,5% (exp -2,5% a/a) ante mar/22. Na Coréia, o BoK manteve a taxa básica de juros em 3,50% (exp 3,50%). Hoje, taxa de desemprego da Coréia (mar/23) às 20h, encomendas à indústria (fev/23) e PPI (mar/23) do Japão às 20h50.
Europa: o retorno da Páscoa leva à sessão de ajuste, com altas nas bolsas e nas taxas de juros, alinhando à performance dos ativos globais nos últimos dias. A confiança do investidor da Sentix subiu de -11,1 para -8,7 pontos (exp -9,9) em abr/23. de Cos (BdE) declarou que o núcleo do CPI deve seguir alto e resiliente pelo resto de 2023, o que deve levar a novas altas da taxa de juros. Hoje, vendas no varejo da zona do Euro (fev/23) às 6h.
EUA: a queda nas taxas de juros, entregando as altas de ontem, e no dólar, após inflação abaixo do esperado na China, beneficia os futuros, que sobem na pré-abertura. Segundo o Fed NY, a inflação esperada pelas famílias subiu de 4,2% para 4,7% (próximos 12 meses), subiu de 2,7% para 2,8% (próximos 3 anos) e caiu de 2,6% para 2,5% (próximos 5 anos). Williams (Fed NY, votante) afirmou que as inflações implícitas não preocupam e que não está claro o quanto as condições de crédito serão apertadas. Na agenda, confiança das PMEs da NFIB (mar/23) às 7h, relatório do USDA às 13h e estoques de petróleo da API (6/abr) às 17h30. Encontro de primavera do FMI durante todo o dia. Yellen (Tesouro) fala às 12h30, Goolsbee (Fed Chicago, vota) às 14h30, Harker (Fed Philadelphia, não vota) às 17h e Kashkari (Fed Minneapolis, vota) às 20h30. Leilão de T-Notes (3 anos) às 14h.
Brasil: apesar do dia morno em NY, o bom humor com as commodities e a decisão da Rússia de acabar com as sanções às importações de carne bovina beneficiaram o mercado local, com o Ibovespa terminando em 101.847 pontos (1,02%), com Petrobras e Vale liderando os ganhos. Em véspera de IPCA, o IGP-DI bem abaixo do esperado e a promessa de Haddad de entregar o novo arcabouço fiscal levaram a quedas na curva de DI futuro, com a ponta curta caindo cerca de 5 pontos. No câmbio, o fortalecimento da moeda americana nos últimos dias levou à sessão de ajuste técnico, com o dólar fechando aos R$ 5,07 (0,16%).
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a forte retomada na produção de veículos pesados fez a produção de veículos subir para 220,9 mil (19,6% a/a) em mar/23. As quedas em grãos e combustíveis fizeram o IGP-DI deflacionar 0,34% (exp -0,13%) em mar/23, acumulando -1,16% em 12 meses, mínima desde 2010. O IPA afundou de -0,04% para -0,71% (-3,51% a/a), o IPC avançou de 0,34% para 0,74% (4,05% a/a) e o INCC subiu de 0,05% para 0,30% (8,04% a/a). Apesar do alívio nos combustíveis, a menor deflação em saúde e o avanço em alimentos fizeram o IPC-S recuar de 0,74% para 0,70% (exp 0,70%) na 1ª prévia de abr/23, somando 3,66% em 12 meses, mínima desde out/20. A balança comercial teve superávit de US$ 3,4 bi na última semana, com exportações de US$ 7,5 bi (23,2% a/a) e importações de US$ 4,1 bi (-4,7% a/a). No ano, o superávit é de US$ 19,2 bi (US$ 20,4 bi em 2022).
Relatório Focus (6/abr): o IPCA, subiu de 5,96% para 5,98% (2023), estáveis em 4,14% (2024) e em 4,00% (2025). A previsão do PIB, seguiu em 0,91% (2023), quedas de 1,48% para 1,44% (2024) e de 1,80% para 1,76% (2025). A previsão da taxa Selic permaneceu estável, em 12,75% (2023), em 10,0% (2024) e em 9,0% (2025). Haddad (Fazenda) afirmou que a proposta do novo arcabouço fiscal será encaminhada ao Congresso junto da LDO de 2024, com prazo de entrega até 15/abr. Lula declarou que acredita na aprovação do arcabouço fiscal no Congresso, afirmando que o nível da taxa de juros, afirmando que ‘estão brincando com o país’ e antecipou que o Plano Safra será lançado em maio. Hoje, IPCA (mar/23) às 9h e leilão do TN (LFT e NTN-B) às 11h30.