De Norte a Sul do país, seguros ganham destaque de acordo com a necessidade da região e crescimento notado em 2024
Em 2024 o setor segurador demonstrou perseverança e deslanchou em crescimento em todos os produtos. O destaque maior segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) divulgados no final de novembro no relatório de Conjunto nº 112 foi o seguro de Vida, carro-chefe do grupo de Seguros de Pessoas. O produto apresentou o maior valor nominal da série histórica, marcando um desempenho recorde que, somente em setembro, arrecadou R$ 3 bilhões, um crescimento de 12,7% em relação ao mesmo mês de 2023.
”O seguro de Vida oferece proteção financeira às famílias em caso de falecimento da figura provedora, garantindo suporte para despesas imediatas, como contas médicas e funerais, além de assegurar o padrão de vida dos dependentes. Além disso, é uma ferramenta valiosa de planejamento financeiro, permitindo a continuidade de projetos pessoais ou familiares”, relata o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira.
Mas e para 2025, o que esperar? Especialistas e diretores da maior rede de corretoras de seguros do país, Lojacorr, destacam o que cada região do país trará neste cenário promissor:
Região SP Centro Norte (SP-MS-MT-RO-AC)
Segundo André Moreno, diretor Regional SP Centro Norte da Lojacorr, a economia dos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, também em Rondônia, são fortemente impactadas pelo agronegócio. O diretor explica que há um cenário de recuperação das commodities. “De um lado é bom para o produtor rural, para o agronegócio, por outro lado há uma redução dos subsídios por parte do governo para esse segmento e temos um cenário de taxa de juros elevadas, o que dificulta a obtenção de crédito”, menciona. A expectativa, de acordo com ele, é de que haja recuperação na contratação do seguro da lavoura, seguro agro e seguros de equipamentos agrícolas. “Esperamos uma reação, uma retomada de tudo aquilo que envolve o ecossistema do agronegócio”, aponta.
Já quanto aos demais ramos, principalmente no estado de São Paulo, André Moreno fala ainda que é importante observar que o ticket médio, com destaque o seguro automóvel, que é o seguro mais comercializado, parou de cair. “Então isso ajuda o mercado a apresentar um crescimento um pouco mais consistente e torna o desafio de crescimento um pouco menos difícil”, diz.
De modo geral, ele prevê que em 2025 o mercado irá se recuperar no ticket médio e aproveitando melhor as oportunidades de cross-sell, ampliando a proteção aos segurados com mais produtos. “Para o mesmo cliente, o corretor entra com um papel fundamental de oferecer uma proteção mais abrangente, buscando essa fidelização, essa proteção mais ampla e esse crescimento de rentabilidade por parte dos nossos corretores”, indica. O diretor segue otimista para o próximo ano, e para todos os outros anos, pois o mercado de seguros sempre cresce acima do PIB, e da inflação, independentemente de fatores macroeconômicos, sejam eles positivos ou negativos.
Região Sul
Para o especialista Luiz Ernani Lepchak, diretor Regional Sul da Lojacorr, a região possui desafios em função das questões climáticas e dos avanços tecnológicos. “O mercado como um todo terá que passar por uma adaptação. Por um lado tem o desafio das questões climáticas, mesmo hoje tendo condições de prever situações como a do Rio Grande do Sul, muitas vezes as cidades não estão com infraestrutura preparada e acontecem essas catástrofes. Por outro lado tem as ferramentas tecnológicas que precisarão ser aplicadas”, sublinha.
Segundo ele, o corretor precisará usar a tecnologia, a inovação a seu favor, mas sempre com a interferência humana. “O físico aliado ao digital, chamado de ‘figital’, seguirá como tendência e será primordial para esse profissional se destacar”, explica. Quanto aos ramos, o seguro residencial é um produto que permanecerá, já que hoje, por exemplo, somente na Lojacorr, mais de 70% desse produto é da região Sul.
Há também um crescimento no seguro saúde, seguro de vida e seguro odontológico. “Há esse olhar mais atento aos cuidados da saúde e da preocupação da população”, sinaliza. O seguro automóvel também é uma tendência, pois ele explica que o segurado busca uma cobertura para aquele bem que está financiado ou tem consórcio, ou mesmo como proteção de seu patrimônio. E outro produto que o especialista destaca para a região Sul em 2025 é o seguro de viagem. “É um seguro ainda pouco difundido mas em função da retomada das viagens da população como um todo, não só viagens nacionais mas também as viagens internacionais, a importância do seguro viagem ganhou destaque”, afirma.
Centro – Sudeste (MG | ES | RJ | GO | DF)
Assim como a Região Sul, na região do Centro Sudeste seguirá com a tendência do seguro residencial. “Em nossa região a tendência é o aumento das vendas desse tipo de seguro, impulsionado por eventos extremos climáticos, desastres naturais, que têm se tornado cada vez mais comuns”, explica Antonio Carlos Fois, diretor Regional Centro – Sudeste da Lojacorr.
Outros produtos em destaque são o seguro saúde e o seguro de vida. “Eles já cresceram muito neste ano. A pandemia reforçou a relevância desses seguros e, desde então, houve um aumento significativo na comercialização dos mesmos”, analisa.
Norte e Nordeste
No Norte e Nordeste do país, o carro chefe continuará sendo o seguro automóvel. “É uma tendência natural a aquisição desse produto para a população”, comenta Eucrésio Neto, diretor regional Norte e Nordeste da Lojacorr.
Segundo ele, outros produtos que vêm crescendo bastante são: seguros empresarial, seguro condomínio, seguro risco diversos, multirrisco rural, seguro de responsabilidade civil, seguro residencial, seguro garantia, seguro saúde, seguro de vida e seguro viagem. “Há uma abrangência, porque houve um aumento dos diferentes produtos e haverá uma procura maior para 2025”, finaliza.