COP30: Brasil prepara agenda climática com foco em adaptação, financiamento e valorização da floresta como ativo estratégico

Aloisio Melo, secretário nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) / Foto: Universo do Seguro
Aloisio Melo, secretário nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) / Foto: Universo do Seguro

Durante o 3º Workshop de Seguros para Jornalistas, promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o secretário nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Aloisio Melo, apresentou a visão do governo brasileiro sobre os principais desafios e oportunidades rumo à COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025.

Compromissos climáticos e plano nacional

Melo destacou que o Brasil mantém a meta de neutralidade de carbono até 2050, com marcos intermediários já definidos, como o de 2035. Ele ressaltou que o país estruturou quase 900 ações no Plano Nacional de Adaptação, instrumento que orienta políticas públicas e também serve de referência para o setor privado e para a sociedade civil. “O mais importante é transformar compromissos em ações locais que cheguem às comunidades e setores econômicos”, afirmou.

Florestas tropicais como ativo econômico

Entre as propostas brasileiras, Melo destacou a iniciativa Florestas Tropicais para Sempre, apresentada como alternativa inovadora de financiamento climático. A ideia é tratar a floresta como ativo estratégico, capaz de gerar fluxos financeiros sustentáveis para os agentes que a preservam. Segundo o secretário, essa abordagem busca inverter a lógica de que manter a floresta em pé é um custo, mostrando que pode ser uma fonte de investimento e desenvolvimento econômico.

Restauração e mercado de carbono

Aloisio Melo reforçou que o mundo precisa das florestas como mecanismo de remoção de carbono e que o Brasil pode liderar esse processo por meio de projetos de restauração e negócios sustentáveis ligados à bioeconomia. Ele também lembrou os avanços no mercado regulado de carbono, destacando o papel do setor privado na captação de recursos e na implementação de soluções em larga escala.

Financiamento e adaptação local

Um dos pontos centrais da fala foi o financiamento climático. O secretário ressaltou que a necessidade global de investimentos em mitigação e adaptação é da ordem de US$ 1,3 trilhão e que o Brasil já tem se posicionado com inovações financeiras para atrair tanto capital público quanto privado. Mecanismos como o Fundo Clima e a Plataforma Climática Brasil foram apontados como instrumentos para conectar projetos nacionais a investidores internacionais.

Inclusão social e seguro acessível

Melo também defendeu a criação de mecanismos de seguro acessível para populações vulneráveis, reforçando que a resiliência climática precisa ser construída de forma inclusiva, equilibrada e compartilhada entre União, estados, municípios e iniciativa privada. “Não existe solução sem corresponsabilidade. É um esforço de todos os entes da federação e do setor produtivo”, concluiu.

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