Há perspectiva de melhora para taxas com adesão de novas garantias e tecnologias para gestão da modalidade dentro das empresas
Um estudo inédito da SalaryFits, empresa da Serasa Experian, revela a inclusão financeira promovida pelo novo modelo de consignado privado, o Crédito do Trabalhador. De acordo com o levantamento, realizado com base em mais de 6 mil contratos feitos em diferentes segmentos de empresas por todo o Brasil, 66% dos contratantes possuem baixo Score, alcançando somente 400 pontos. Além disso, 65% daqueles que contrataram o recurso recebem, em média, cerca de até R$ 2 mil mensais.
“A democratização do acesso a esse recurso é positiva e tem acontecido. A pesquisa comprova como uma parcela significativa dos contratantes, com renda mais baixa, score reduzido e que certamente encontravam mais barreiras, agora também está acessando o consignado privado. Sendo assim, com o novo modelo observamos ainda mais pessoas, de diferentes perfis, fazendo parte dessa oportunidade financeira”, explica Délber Lage, CEO da Salaryfits, Empresa da Serasa Experian.
De acordo com os dados do Banco Central do Brasil (Bacen), antes da mudança a taxa média de juros para essa modalidade se mantinha em 3,4% ao mês. Depois, em Junho de 2025, sofreu leve aumento, indo para 3,8%. “É importante considerar que o aumento dos juros era algo esperado frente à amplitude da oferta e inclusão, já que ocasiona riscos a serem mitigados”, explica Délber Lage.
Dados da pesquisa feita pela Salaryfits, empresa da Serasa Experian, mostram que o percentual médio de contratos assinados ainda pode atingir patamares maiores da taxa de juros, chegando, em Agosto deste ano, a 6,6% a depender do perfil demandante. Nesse estudo, para 96% daqueles que buscaram pelo recurso as taxas foram superiores às do modelo antigo. “No entanto, além do próprio movimento natural de aprendizagem do mercado, existem soluções eficazes que devem melhorar esse cenário, como as garantias adicionais que estão previstas, o modelo de portabilidade divulgado há pouco pelo governo e a ampliação do uso de ferramentas tecnológicas que otimizam a gestão do consignado dentro das empresas”, finaliza o executivo.
Mais oportunidade: presença de instituições financeiras sem vínculo com o RH cresce
A alta na descentralização da oferta de crédito consignado privado – o chamado Crédito do Trabalhador – também foi identificada pelo estudo. E, dentre os contratos analisados, 67% dos empréstimos têm sido feitos com instituições financeiras que não mantêm qualquer interlocução com os RHs das empresas, um salto em relação aos 36% registrados antes da mudança promovida pelo governo.
“Agora os trabalhadores possuem mais opções e podem diversificar a demanda pelo recurso financeiro de acordo com aquilo que melhor serve ao seu perfil. Porém, como parte relevante dos contratos ocorre fora da interlocução com os RHs, há uma oportunidade de integrar mais essas áreas ao processo, contribuindo para que o comprometimento da renda seja acompanhado de forma mais equilibrada e sustentável”, comenta o CEO da Salaryfits, empresa da datatech Serasa Experian.
Uso do Crédito do Trabalhador se concentra entre Geração X e Millenials
Em recente pesquisa proprietária realizada pela SalaryFits, empresa da Serasa Experian, foi identificado que 57% dos respondentes acreditam que a proposta do governo foi positiva, enquanto 27% discordam e 16% ainda alegam não conhecer o benefício. Também frente a essa base, 38% dos respondentes já utilizaram crédito consignado nas empresas em que trabalharam. Além disso, diferentes perfis de colaboradores têm comportamentos e opiniões diversas sobre o Crédito do Trabalhador. Confira no gráfico abaixo o recorte geracional:
De acordo com o levantamento, a percepção dos trabalhadores reforça a relevância do Crédito do Trabalhador como ferramenta de apoio financeiro. Para 34% dos profissionais, o crédito consignado é uma boa opção para emergências financeiras. Ainda assim, 31% alegam que os juros são altos – opinião que vai de encontro com o contexto econômico atual. Há também indícios de desinformação: 16% dizem não saber onde contratar esse tipo de crédito, e o mesmo percentual afirma não conhecer como ele funciona.
Outro recorte mostra que 28% dos entrevistados entendem que o benefício do consignado é algo positivo para ser oferecido pelas empresas e, para além disso, 80% confirmam que contratariam benefícios como esse, que possuem desconto em folha.
“Existe potencial para a ampliar a adesão ao consignado privado dentro das empresas. Mas para que isso aconteça de forma segura e sustentável é fundamental que os colaboradores tenham mais acesso à informação para tomarem boas decisões”, finaliza Délber Lage, CEO da SalaryFits.
Metodologia
Para a primeira parte do estudo foram feitas análises sobre julho de 2025 a partir de dados exclusivos dos sistemas SalaryFits e Serasa Experian sobre 6.655 contratos de consignado privado de empresas de diferentes segmentos e que estão presentes em todo o país. Além disso, também foram utilizadas informação da “Pesquisa de Saúde Financeira e Bem-Estar do Trabalhador Brasileiro 2025”, realizada pela SalaryFits. Para essa pesquisa, entre maio e junho de 2025, foram coletadas 1.029 entrevistas com funcionários de empresas públicas e de empresas privadas nos regimes CLT e/ou PJ.