Estilo de vida e genética influenciam no desenvolvimento das doenças cardiovasculares
Cerca de 400 mil mortes por ano. Essa é a estatística mais recente do Ministério da Saúde sobre a quantidade de vidas perdidas no país em decorrência de doenças do coração. No entanto, essa realidade pode mudar se novos hábitos forem incorporados ao dia a dia. É o que destaca o cardiologista Thiago da Silva Soares, da rede Meu Doutor Novamed, unidade Méier (RJ).
As doenças cardiovasculares afetam o coração e os vasos sanguíneos. Ao todo, existem dez tipos de cardiopatias: hipertensão, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, cardiopatia congênita, endocardite, arritmias cardíacas, angina, miocardite, valvulopatias e doença reumática cardíaca. “As doenças cardiovasculares são, em sua grande maioria, decorrentes de multifatores, desde genéticos até aqueles que estão relacionados ao estilo de vida. No entanto, os principais fatores estão ligados a hábitos não saudáveis, como alimentação inadequada, sono irregular, sedentarismo, estresse e tabagismo”, ressalta o cardiologista.
Ainda assim, de acordo com o relatório Carga Global de Doenças, ou Global Burden of Diseases (GBD) – programa que envolve mais de 1.800 pesquisadores de 127 países e busca fornecer informações sobre as doenças mais incidentes mundialmente – o número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil caiu 55,6% entre 1990 (356 mortes por 100 mil pessoas) e 2022 (158 por 100 mil). Esse declínio, no entanto, não se reflete em escala global, devido ao crescimento e envelhecimento populacional, que contribuem para o aumento de casos no mundo. “A queda dos números fatais no Brasil reflete ações mais conscientes no cuidado com o coração. Essa conscientização deve ser contínua para promover hábitos que beneficiam não só o coração, mas o corpo inteiro, de forma integrada”, reforça o cardiologista Thiago Soares.
Para que esses números continuem sendo uma realidade, o Dr. Thiago da Silva Soares recomenda uma alimentação equilibrada e rica em verduras, legumes, cereais e frutas, assim como a prática de atividades físicas aeróbicas e de resistência (adaptadas à idade e a possíveis comorbidades), sono regular, ingestão adequada de água, além de evitar estimulantes e o tabagismo. “Esses hábitos de prevenção podem contribuir para evitar o desenvolvimento de doenças cardíacas”, reforça o médico.
Segundo o cardiologista, fatores genéticos também contribuem para um papel no desenvolvimento das doenças cardiovasculares. “Pacientes com histórico familiar devem adotar um estilo de vida o mais saudável possível e ir com ainda mais regularidade às consultas com cardiologista”.
Consultas regulares ao cardiologista devem sempre incluir a coleta da história clínica e exame físico do paciente. “Começamos com essa análise. Já o eletrocardiograma e os exames laboratoriais são indicados conforme a necessidade de cada paciente”, explica. Exames mais específicos, como teste ergométrico e ecodoppler cardiograma transtorácico, não fazem parte da rotina e são solicitados apenas se necessário, com base na história clínica e sintomatologia dos pacientes, segundo o Dr. Thiago Soares.
O cardiologista alerta para os sinais a serem observados no caso de uma emergência cardíaca:
- Dor no peito, principalmente quando desencadeada após esforços, e quando irradia para mandíbula ou para o braço esquerdo;
- Dormência ou formigamento no braço esquerdo ou na mandíbula;
- Dor constante no abdome superior e nas costas;
- Falta de ar ou dificuldade para respirar;
- Palpitação com batimentos cardíacos acima de 140 BPM em repouso;
- Desmaio (síncope) sem causa aparente;
- Queda da pressão arterial associada a mal-estar e sonolência;
- Níveis elevados da pressão arterial (PA>180x110mmhg).