Confira artigo de Luiz Massad, CHRO da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem
Nos últimos anos, a tecnologia tem transformado a gestão de recursos humanos (RH), impulsionada pelo avanço da Inteligência Artificial (IA) e pela crescente utilização de dados. Empresas de todos os tamanhos estão adotando soluções analíticas para otimizar processos, melhorar a experiência dos colaboradores, tomar decisões mais assertivas e direcionar a energia de seus times para questões mais estratégicas. Essa transformação vai além da automação e eficiência; ela busca potencializar o que há de mais humano nas organizações – as pessoas.
O futuro do trabalho será, cada vez mais, moldado por decisões inteligentes e inovadoras, que valorizem a experiência dos colaboradores e impulsionem a inclusão e o desenvolvimento profissional. Organizações que souberem utilizar essas ferramentas de forma ética e estratégica tendem a se destacar no mercado.
As companhias mais atentas já estão apostando em ferramentas que automatizam tarefas repetitivas e fornecem insights para identificar padrões de comportamento, prever tendências e tomar decisões baseadas em evidências. Tudo isso tem sido crucial para áreas como recrutamento e seleção, acompanhamento da satisfação dos colaboradores e antecipação de riscos de turnover, com soluções preventivas.
Existem empresas que estão inovando ao permitir que líderes criem Planos de Desenvolvimento Individual (PDI) para seus colaboradores de forma ágil e precisa com IA. Integrando avaliações de desempenho com as metas e objetivos estratégicos da organização, existem ferramentas que geram sugestões personalizadas para o desenvolvimento de cada funcionário, oferecendo opções como cursos, palestras e networking. Isso não apenas acelera o processo, mas também assegura que o desenvolvimento esteja alinhado com as necessidades da empresa, otimizando os resultados.
Além disso, o uso de chatbots e assistentes virtuais, por exemplo, tem facilitado o esclarecimento de dúvidas frequentes de colaboradores e candidatos, enquanto algoritmos de machine learning ajudam na triagem de currículos, classificando perfis com base em requisitos predefinidos.
Com essas soluções, a demanda de atendimentos diminui, e o RH ganha mais visibilidade e controle dos assuntos mais procurados, permitindo que se antecipe a possíveis dúvidas e envie comunicados internos de forma proativa. Além disso, a tecnologia contribui para distribuir tarefas entre os membros da equipe, promovendo equilíbrio e garantindo que todos tenham um conhecimento mais abrangente dos assuntos da área.
A análise preditiva também se destaca nesse contexto, identificando padrões de comportamento que indicam desempenho, engajamento e até a probabilidade de saída de um colaborador. No processo seletivo, por exemplo, plataformas com IA já são capazes de simular entrevistas, respondem perguntas por áudio e fornecem feedbacks detalhados sobre a performance do candidato. Esse processo prepara os candidatos para as próximas etapas da seleção e os capacita para se desenvolverem em suas habilidades de comunicação, tornando a experiência mais dinâmica e eficaz.
Com esses exemplos, fica claro que os benefícios da IA e dos dados no RH são variados: maior eficiência operacional, redução de vieses no recrutamento e uma melhoria significativa na experiência do colaborador. A adoção dessas tecnologias, porém, traz desafios. A gestão de dados sensíveis exige conformidade com legislações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e a privacidade e segurança devem ser cuidadosamente tratadas.
A interpretação dos dados também exige profissionais capacitados para evitar distorções, e a resistência à mudança é uma barreira comum, já que muitas organizações enfrentam desafios culturais na adoção de novas tecnologias.
O futuro do RH com IA aponta para um cenário de avanço contínuo, com a tendência de as empresas aprimorarem cada vez mais a gestão de talentos, tornando-a mais personalizada, ágil e eficiente. Espera-se que, com o progresso da IA generativa e a maior integração de dados, as organizações possam tomar decisões ainda mais estratégicas e focadas no bem-estar dos colaboradores. Cabe às empresas abraçar essa mudança com coragem e visão estratégica, garantindo que a tecnologia seja uma aliada na criação de ambientes de trabalho mais humanos, ágeis e inspiradores.