Especialista da Provenir alerta que selfies e provas de vida não bastam diante de deepfakes, vazamentos de dados e fraudes sintéticas
A popularização de soluções de verificação de identidade digital baseadas em captura de documentos e selfies transformou o processo de onboarding e trouxe mais agilidade para empresas de diversos setores. Mas, de acordo com especialistas, confiar apenas nesse tipo de tecnologia pode abrir brechas significativas para ataques cada vez mais sofisticados.
Jason Abbott, Diretor de Soluções para Fraude da Provenir, alerta que a verificação de identidade digital (ID&V) é fundamental, mas está longe de ser a solução definitiva contra as fraudes modernas. O executivo ressalta que ameaças como deepfakes, vazamentos de dados em massa e fraudes por identidades sintéticas já colocam em xeque a eficácia de sistemas que se apoiam exclusivamente em selfies e provas de vida.
Fraudes com identidades digitais forjadas evoluíram em ritmo acelerado. Hoje, criminosos têm acesso a ferramentas de inteligência artificial capazes de criar documentos falsos e vídeos extremamente realistas, que podem enganar até sistemas de prova de vida. Some-se a isso o crescimento dos vazamentos de dados pessoais, que alimentam fraudes híbridas de identidade e potencializam crimes como o sequestro de contas.
Estudo global da Provenir mostra que, embora 43% dos executivos considerem a detecção de fraudes um dos maiores desafios, apenas 7% acreditam que suas medidas antifraude são plenamente eficazes. Esse dado demonstra que a verificação digital, isoladamente, está longe de resolver o problema.
Outro ponto crítico é o chamado “fez uma vez e pronto”, quando a verificação acontece apenas no onboarding, sem monitoramento contínuo. “O perfil de risco de um indivíduo pode mudar radicalmente ao longo do tempo. Tratar a identidade como um evento único abre brechas para atividades criminosas posteriores”, explica Jason.
Além da camada inicial
Para a Provenir, o combate eficaz à fraude exige uma abordagem em múltiplas camadas, que vai além da simples captura de documento e rosto. Plataformas de orquestração inteligente de dados combinadas a modelos avançados de machine learning, permitem cruzar informações diversas, de dados alternativos a padrões comportamentais, para identificar atividades suspeitas em tempo real.
A tomada de decisão rápida e contextual, combinada à análise contínua do comportamento dos clientes, é considerada essencial para barrar fraudes de identidade sintética, esquemas coordenados de quadrilhas e ataques emergentes.
Segundo o executivo, a verdadeira proteção não está em uma única tecnologia, mas em uma estratégia robusta, adaptável e inteligente. “Confiar apenas na selfie e no documento é como deixar a porta dos fundos aberta. A defesa contra fraudes precisa ser abrangente, integrada e capaz de evoluir junto com as ameaças,” afirma.