Demanda por crédito das empresas apresentou primeira queda do ano em agosto, revela Serasa Experian

Foto por: Microsoft Edge/ Unsplash Images
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Setor de Serviços foi o único a apresentar variação positiva; visão por portes revelou que médias companhias aumentaram a busca por financiamento em 18,5%

A busca das companhias brasileiras por recursos financeiros registrou, na variação anual, uma retração de -3,2%. Os dados são do Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian, primeira e maior datatech do país, que considera apenas as consultas a CNPJs registradas na base da Serasa Experian, não refletindo necessariamente a efetivação das operações de crédito.

De acordo com o levantamento, único setor a registrar crescimento no período foi o de “Serviços”. Na análise por porte, a demanda por crédito dos médios negócios cresceu 18,5% na variação anual do período – sendo, inclusive, o maior avanço do ano para o segmento. Em seguida, as grandes companhias registraram crescimento de 6,2%. Já as micro e pequenas empresas apresentaram queda de 3,7% nas consultas.

Veja, nos gráficos a seguir, o detalhamento dos dados a variação anual e na variação acumulada dos últimos 12 meses:

A variação acumulada em 12 meses registrou crescimento de 4,3% em agosto, indicando uma desaceleração na demanda das empresas por crédito. Segundo Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian, “o movimento reflete o desafio enfrentado pelas companhias diante de um cenário de maior seletividade por parte das instituições financeiras e linhas mais caras, em função do elevado patamar de juros”.

Apesar da moderação, economista da datatech destaca que a procura por crédito permanece consistente e em nível elevado, sinalizando que as empresas continuam buscando alternativas para financiar suas operações, mesmo diante das condições mais restritivas.

Considerando a visão da demanda por crédito por portes, na variação acumulada em 12 meses, o destaque foram as micro e pequenas empresas (4,4%), seguido das médias (3,2%), enquanto a demanda das das grandes empresas andaram de lado (0,0%).

Ainda segundo a economista da datatech, “esse resultado mostra que empresas de grande porte, com maior capacidade de planejamento e garantias, contam com alternativas mais sofisticadas, como acesso a instrumentos de mercado ou operações estruturadas. Já os pequenos negócios permanecem mais expostos ao custo elevado dos empréstimos e a um ambiente de crédito ainda seletivo, com poucas opções fora do sistema tradicional. No horizonte de 12 meses, a alta entre os pequenos negócios indica um movimento de recomposição da demanda, impulsionado pela necessidade de manter a operação e reorganizar o fluxo de caixa, mesmo diante de juros altos e margens mais apertadas.”.

Estados do Norte e Centro-Oeste lideraram o crescimento da busca das empresas por crédito em agosto

Do total das 27 Unidades Federativas (UFs) brasileiras, apenas 10 apresentaram crescimento na busca de companhias por recursos financeiros considerando a variação anual, com destaque para Mato Grosso do Sul (23,0%), Amazonas (13,3%), Roraima (9,3%), Mato Grosso (8,1%) e Tocantins (7,2%). No ranking das quedas, o estado de Pernambuco teve a maior queda na busca por recursos financeiros (-36,8%), seguido do Distrito Federal (13,4%) e Ceará (12,8%). Confira, no gráfico abaixo, o detalhamento das UFs:

A variação acumulada em 12 meses revela uma visão mais positiva: apenas duas unidades federativas apresentaram queda na busca dos negócios por recursos financeiros no período. Confira o gráfico a seguir com esta visão:

Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui.

Metodologia do indicador

O Indicador Serasa Experian da Demanda das Empresas por Crédito é construído a partir de uma amostra significativa de CNPJs, consultados mensalmente na base de dados da Serasa Experian. A quantidade de CNPJs consultados, especificamente nas transações que configuram alguma relação creditícia entre empresas e instituições do sistema financeiro ou empresas não financeiras, é transformada em número índice (média de 2024 = 100). O indicador é segmentado por UF, setor e porte.

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