Com a onda de calor, a tendência segue de alta para os próximos meses e acende alerta
As altas temperaturas registradas em todo o país e as chuvas que estamos vendo este ano, criam um ambiente propício para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e Chikungunya e alertam para o aumento de casos registrados, que já chegou a 1.530.940 este ano, 16,5% a mais que no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde.
Além dos cuidados diários para evitar a proliferação do mosquito – que incluem cuidados simples na rotina, evitando condições propícias ao desenvolvimento do mosquito como água parada em telhados, calhas, garrafas e pneus e caixas d’agua e reservatórios de água sem tampa – é preciso estar atento aos primeiros sinais e sintomas da doença, que incluem: febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, além de náuseas, vômitos e dores abdominais.
Esses sintomas se assemelham aos da zika e chikungunya, também transmitidas pelo aedes e em alguns casos pode se assemelhar aos sintomas de COVID-19. O que pode confundir e acarretar tratamento errado com automedicação, demora no diagnóstico e consequentemente atraso no início do tratamento adequado.
“A medicina diagnóstica desempenha um papel fundamental, ao proporcionar exames com laudos precisos para a definição diagnóstica com segurança, para que o médico defina e conduza o tratamento de forma resolutiva, com assistência e manejo clínico adequados”, explica a médica hematologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Maria do Carmo Favarin.
“Hoje o exame de antígeno NS1, ideal para o diagnóstico nos primeiros cinco dias de sintomas, fornece o resultado em até um dia, e a pesquisa de anticorpos IgG e IgM, realizada para casos com mais de 5 dias de sintomas, traz ainda a possibilidade de realizar um único exame o diagnóstico das três doenças disseminadas pelo Aedes, dengue, zyka e chikungunya com resultado em até dois dias”, explica a médica.
Buscar um médico o mais rápido possível, sempre que se observar algum sintoma é fundamental para garantir um diagnóstico preciso e o tratamento adequado. Só por meio de exames laboratoriais é possível determinar qual é a doença para assim realizar com assertividade o tratamento.
A dengue é reconhecida como uma das principais causas de doenças graves com morte em crianças em alguns países da Ásia e da América Latina. Não existe tratamento específico para as formas de dengue. A Organização Mundial da Saúde – OMS recomenda além da vigilância epidemiológica, o diagnóstico e atendimento médico precoces e adequados, além da vacinação, para redução da mortalidade.
Vacina é estratégia na luta contra o vírus
A vacina QDENGA (TAK-003), produzida pelo laboratório Takeda e disponível no Brasil desde julho deste ano. Produzido a partir do tipo 2, vírus mais grave da doença, o imunizante faz a proteção contra os quatro tipos de vírus que podem causar dengue: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4.
“Como existem quatro sorotipos de vírus da dengue, quando a pessoa é contaminada, fica imune (protegido) àquele tipo específico, por exemplo o DENV1. Mas pode contrair novamente a doença pelos outros tipos do vírus. A QDenga tem se mostrado eficaz na proteção contra todos os sorotipos”, explica a consultora de Imunização do Sabin Diagnóstico e Saúde, a médica infectologista, Ana Rosa dos Santos.
O novo imunizante, é indicado para pessoas de 4 a 60 anos de idade, previne cerca de 80% dos casos gerais de dengue, cerca de 15% a mais do que vacinas anteriores, e redução em mais de 90% da hospitalização. O esquema vacinal é reduzido, necessita de duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A QDENGA está disponível nas unidades de vacinas do Sabin.
Cenário nacional
Segundo informações do Boletim Epidemiológico nº 13, divulgado pelo Ministério da Saúde, com dados das semanas epidemiológicas de 1 a 35 de 2023, já foram registrados 1.530.940 casos prováveis de dengue no país, 16,5% a mais que no mesmo período do ano passado. Em 2022, foram 1.450.270 casos prováveis de dengue registrados no Brasil durante todo o ano, número já ultrapassado este ano.
Foram ainda confirmados 21.624 casos de dengue com sinais de alarme e de dengue grave (DSA e DG), o que representa um aumento de 16,4% em relação a 2022. O número de óbitos chegou a 946 confirmados este ano e 279 ainda seguem em investigação.
A região Sul possui maior coeficiente de incidência com 1.269,8 casos por 100 mil habitantes, seguida da Região Sudeste e Centro-oeste, com 1.028,6 e 935,9 respectivamente.