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Deputados divergem sobre críticas de Lula à política de juros do Banco Central

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Sessão para votação de propostas legislativas. Dep. Guilherme Boulos(PSOL - SP)
Boulos criticou o relacionamento do presidente do BC com ex-ministros bolsonaristas

As críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à atuação do Banco Central, especialmente à manutenção da taxa de juros, repercutiram nos discursos de Plenário desta terça-feira.

A polêmica começou após o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) ter anunciado que pretende propor a convocação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para discutir os rumos da economia.

"Nós não podemos aceitar que um presidente do Banco Central determine e freie a economia do País", disse o parlamentar ao criticar a decisão de manter a taxa de juros em 13,75%. "Quando o Presidente Lula se pronuncia e fala sobre juros, não é uma provocação. A preocupação dele é com o crescimento econômico, com a geração de empregos", disse. O deputado defendeu ainda a instituição de uma frente parlamentar contra juros abusivos.

Já o deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) afirmou que vai solicitar ao Banco Central o envio dos parâmetros que basearam a decisão de manter a taxa de juros em patamar elevado. "Não existe nenhum outro país que tenha uma taxa de juros comparada ao Brasil. Vou requerer ao Banco Central o envio dos parâmetros para que a gente possa dar a nossa contribuição para o aprimoramento da política monetária", afirmou.

O líder do Psol, deputado Guilherme Boulos (PSol-SP), afirmou que Campos Neto quer ser o "dono" da política monetária brasileira. Ele criticou o fato de Campos Neto ter laços com ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro ao mesmo tempo em que se diz independente. "Como falar em um Banco Central independente quando quem lucra com isso são os banqueiros? Manter essa taxa de juros tão alta é uma vergonha para o país", disse. Ele anunciou que o Psol vai apoiar a convocação de Campos Neto e apresentar um projeto de lei para reverter a autonomia do Banco Central.

Na avaliação do deputado José Nelto (PP-GO), além de Campos Neto, também deverá ser convocado o ministro da Economia, Fernando Haddad, para explicar o poder dos banqueiros sobre o governo. "Os banqueiros sempre mandaram no Brasil", disse.

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Sessão para votação de propostas legislativas. Dep. Mauricio Marcon(PODE - RS)
Marcon: "Lula quer culpar Campos Neto pelas desgraças do País"

Ataques
Já o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) considera que o novo governo tem feito "ataques" à autonomia do Banco Central. "Lula quer tirar a autonomia do banco que faz a nossa política monetária; mas, não, não vamos permitir que essa farsa se perpetue", disse.

Para o deputado [[Maurício Marcon]], Lula está "querendo culpar Roberto Campos Neto pelas desgraças do País". Segundo ele, "o Brasil tem hoje o melhor presidente do Banco Central do mundo. Talvez seja por isso que Lula queira derrubá-lo", afirmou. Para Marcon, o objetivo do PT é ser mais intervencionista na política monetária.

"O real objetivo de Lula é derrubar Campos Neto para tornar o Brasil, mais uma vez, uma economia que produz dinheiro. O que é produzir dinheiro? É colocar a maquininha para rodar para financiar obra na Argentina, em Cuba e na Venezuela. Isso vai gerar inflação, isso vai fazer com que o nosso País se torne uma Venezuela", afirmou.

Artigo Original: Agência Câmara Notícias

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