Painel reuniu especialistas da ANS, FenaSaúde, SulAmérica Saúde e Odonto, Ministério da Saúde e foi mediado pela corretora Erika Brandão Gleicher
Um dos painéis do 23º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, promovido pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), reuniu especialistas dos setores público e privado para abordar os desafios da Saúde Suplementar no Brasil. Com mediação da advogada e corretora de seguros Erika Brandão Gleicher, os especialistas debateram questões centrais para garantir a sustentabilidade do setor, destacando a importância da capacitação dos corretores de seguros nesse processo.
O painel contou com a participação de grandes nomes do setor, incluindo Paulo Rebello Filho, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Manoel Peres, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Raquel Reis, presidente da SulAmérica Saúde e Odonto, e Carlos Amilcar Salgado, diretor do Departamento de Regulação Assistencial e Controle do Ministério da Saúde.
Sustentabilidade e fraudes no Setor de saúde
Manoel Peres abriu a discussão destacando que a sustentabilidade do setor é uma questão urgente. “É essencial encontrar formas de equilibrar os custos e garantir a continuidade dos serviços”, pontuou Peres, reforçando o papel estratégico das operadoras de saúde.
Raquel Reis, da SulAmérica, trouxe à tona um dado alarmante: em 2022, as fraudes no setor de saúde somaram cerca de R$ 30 bilhões. “A participação do corretor é fundamental para conscientizar a população, visando em primeiro lugar a saúde das pessoas”, afirmou. Ela também enfatizou a necessidade de coibir práticas fraudulentas e aumentar a transparência no sistema.
Judicialização e o envelhecimento da população
Paulo Rebello destacou que os planos de saúde estão entre os três maiores desejos da população brasileira, registrando o maior número de beneficiários dos últimos anos. Segundo ele, há uma retomada dos resultados positivos das operadoras, sinalizando uma volta aos níveis pré-pandemia. No entanto, o diretor-presidente da ANS alertou para os desafios futuros, como o envelhecimento da população e o impacto no pacto intergeracional.
Rebello também chamou atenção para a hiperjudicialização que afeta tanto o setor público quanto o privado. “É importante que o corretor esteja capacitado e conheça as normas do setor para ajudar a reduzir a judicialização”, disse, ressaltando que uma atuação mais técnica pode evitar litígios desnecessários.
Integração entre setor público e privado
Carlos Amilcar Salgado defendeu um modelo de saúde que preze pelo equilíbrio entre o público e o privado. “As trocas de experiências entre esses dois setores são fundamentais para garantir a eficiência do sistema”, explicou. Ele reforçou que a cooperação pode ajudar a enfrentar os desafios estruturais que o setor de saúde enfrenta atualmente.
Corretores como agentes de transformação
O painel deixou claro que os corretores de seguros desempenham um papel essencial na conscientização da sociedade sobre o uso responsável dos planos de saúde. Além disso, sua capacitação contínua é indispensável para a sustentabilidade do setor e para a redução de litígios.
Com uma agenda voltada para desafios contemporâneos, como fraudes, envelhecimento populacional e judicialização, o debate reforçou a necessidade de soluções colaborativas e inovadoras para garantir a perenidade da saúde suplementar no Brasil.