Descubra como funciona a contemplação de um consórcio

Regina Lacerda e Edilza Nunes (executivas da Rainha Seguros) / Foto: Divulgação
Regina Lacerda e Edilza Nunes (executivas da Rainha Seguros) / Foto: Divulgação

Especialistas dão dicas para utilização da carta de crédito

Existente no mercado brasileiro desde 1962, os consórcios têm ganhado cada vez mais adeptos diante das altas taxas de juros da economia brasileira.

2022 terminou com mais de 9,41 milhões de participantes ativos – número 12,4% maior do que o registrado no ano anterior – conforme dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Foram comercializados R$ 252,09 bilhões em créditos de novas cotas no ano passado, aumento de 13,6% em relação a 2021.

No ano passado, mais de um milhão e meio de pessoas tiveram suas cotas de consórcio contempladas. Ao todo, o número representa um montante de R$ 69,14 bilhões diretamente injetados na economia.

Entretanto, alguns consumidores simplesmente esquecem de utilizar a carta de crédito ou ainda têm dúvidas sobre sua utilização. Recentemente, chamou a atenção o caso de um único cliente que resgatou R$ 1,65 milhão em cotas de consórcio no sistema de Valores a Receber do Banco Central.

Neste sentido, as especialistas Regina Lacerda e Edilza Nunes (executivas da Rainha Seguros) explicam ao Universo do Seguro mais detalhes sobre a etapa da tão sonhada contemplação.

“Os consórcios são contemplados através de sorteios e lances, que são realizados nas assembleias mensais dos grupos. Todos os meses, as administradoras sorteiam – no mínimo – um consorciado. O número da cota sorteada é definido com base no resultado da Loteria Federal anterior a data da assembleia”, afirma Regina. “Outra maneira de ser contemplado é através da oferta de um lance. O lance representa a antecipação de parcelas que o consorciado oferta para concorrer nas assembleias. O consorciado que ofertar o lance com o maior percentual de amortização da carta de crédito será considerado vencedor e terá o crédito disponível para compra do bem”, completa.

Edilza, que é certificada pela ABAC e conta com certificação CPA-10 da Anbima, lembra que o consorciado só paga pelo lance se for o vencedor. “Caso desista do lance, não tem problema, a administradora chama o próximo consorciado que ofertou um lance. Em alguns grupos, existe a possibilidade do consorciado pagar o lance com parte da carta de crédito (lance embutido)”, revela. “No consórcio de imóvel, por exemplo, é possível utilizar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para ofertar um lance, complementar o valor do imóvel, quitar ou amortizar o saldo devedor, respeitando as regras do FGTS”, acrescenta.

A profissional conta que é vantajoso para o consumidor oferecer um lance para antecipar a contemplação “quando se tem urgência para comprar o bem e não quer se descapitalizar ou não quer cair nas altas taxas de juros do financiamento, uma vez que é possível fazer a compra à vista”.

A especialista lembra que uma vez contemplado, o valor da carta de crédito fica aplicado, em aplicações financeiras que possuem rentabilidade diária, até o consorciado decidir sobre a compra do bem. “Ou seja, você pode procurar o bem com muita tranquilidade, pois o valor do crédito está rendendo diariamente e não desvaloriza. A recomendação é que a pessoa pesquise bastante, sem pressa, analisando os detalhes da compra. O consumidor pode pechinchar mesmo, pois tem poder de comprar à vista”, sinaliza Edilza Nunes.

A executiva lembra que existe a possibilidade de utilizar a carta de crédito para outra finalidade da contratação do consórcio, mas é necessário observar as regras do contrato com a administradora. “Com uma carta de crédito de automóvel, o consorciado pode comprar uma moto ou placas de energia solar. Já com uma carta de crédito de imóvel, o consorciado pode comprar um apartamento, fazer a reforma da casa ou ainda quitar um financiamento habitacional. Em outra situação, tendo uma carta de crédito de serviços, o consorciado pode fazer procedimentos estéticos, a decoração da casa ou a viagem dos sonhos”, exemplifica.

Regina Lacerda diz que os consórcios também são considerados como investimentos. “Essa definição acontece porque o valor pago mensalmente irá proporcionar a aquisição de um bem ou serviço que irá trazer retorno financeiro, seja através de uma renda de aluguel, aumento de fruta, expansão dos pontos de vendas de uma empresa, entre outros”, demonstra.

Segundo a CEO da Rainha Seguros, após seis meses de contemplado, o consorciado pode receber o crédito em espécie, desde que quitado o saldo devedor. “Os consorciados que deixaram de pagar o consorcio ou pediram cancelamento, participam mensalmente de um sorteio, para receber o valor das parcelas pagas, descontados as taxas e multas de destrato”, finaliza.

Total
0
Shares
Anterior
Levantamento da Zurich aponta evolução na gestão de riscos cibernéticos das empresas
Hellen Fernandes, Gerente de Linhas Financeiras da Seguradora Zurich / Foto: Divulgação

Levantamento da Zurich aponta evolução na gestão de riscos cibernéticos das empresas

Seguradora anuncia novo produto com maior foco em gestão da segurança da

Próximo
Icatu lança produto de filantropia premiável em parceria com o Santuário Cristo Redentor
Icatu lança produto de filantropia premiável em parceria com o Santuário Cristo Redentor / Foto: Divulgação

Icatu lança produto de filantropia premiável em parceria com o Santuário Cristo Redentor

Cristo Solidário irá reverter parte do valor arrecadado com as vendas para

Veja também