Com prazo para adequação à nova NR-1 se aproximando, organizações precisam tratar o bem-estar emocional como parte essencial da gestão de riscos
O Dia do Trabalho, celebrado em 1º de maio, tradicionalmente marca a luta por direitos e melhores condições para os trabalhadores. Em 2025, a pauta ganha uma urgência silenciosa, porém crescente: a saúde mental. Em meio a um cenário de aumento nos pedidos de demissão voluntária, cresce o alerta sobre como o esgotamento emocional, a falta de propósito e a sobrecarga estão afastando profissionais de seus cargos.
Segundo dados recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 37,9% dos desligamentos registrados em janeiro foram a pedido do trabalhador. A análise revela que os índices são ainda mais altos entre jovens (42%), mulheres (40%) e profissionais com ensino superior (45%). Embora a busca por melhores salários continue sendo um fator relevante, cada vez mais colaboradores mencionam a saúde mental, a ética empresarial e a rigidez da jornada como razões para pedir demissão.
O alerta se intensifica com a proximidade do prazo para as empresas se adequarem à nova Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que determina a implementação do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). A norma inclui, de forma inédita, a saúde mental como fator de risco ocupacional, exigindo que as organizações reconheçam e tratem o sofrimento psíquico de seus colaboradores com a mesma seriedade dada aos riscos físicos ou ergonômicos.
“A NR-1 é um marco porque finalmente coloca a saúde emocional no centro das obrigações legais das empresas. Não se trata apenas de cumprir uma exigência – mas de reconhecer que a mente também adoece e que isso impacta diretamente na produtividade, nos relacionamentos e na sustentabilidade do negócio”, afirma Fatima Macedo, CEO da Mental Clean, pioneira no Brasil em psicologia aplicada à saúde do trabalhador.
Segundo Fatima, estamos vivendo uma revolução silenciosa nas relações de trabalho com profissionais buscando mais do que melhores salários – eles querem respeito, acolhimento e equilíbrio: “A nova geração de trabalhadores está mais consciente, informada e exige empresas com propósito, respeito e equilíbrio. Quem não acompanhar essa mudança vai perder os melhores talentos”, alerta Macedo.
Ela destaca que promover a saúde emocional deve ser uma prática contínua, e não pontual, é preciso integrar o cuidado emocional à cultura da empresa, de forma estruturada e intencional.
Dicas da Mental Clean para adequar-se à NR-1 e promover saúde emocional:
- Ofereça apoio psicológico profissional: programas de apoio emocional, com atendimento sigiloso e acolhedor, são um alicerce essencial para a prevenção de transtornos e crises.
- Capacite lideranças para uma gestão empática: gestores bem preparados conseguem identificar sinais de sofrimento, oferecer suporte e criar ambientes de confiança.
- Aposte na flexibilidade e no equilíbrio: o controle rígido da jornada e a sobrecarga são grandes causadores de burnout. Ofereça modelos híbridos, horários flexíveis e incentive pausas conscientes.
- Crie ambientes éticos e seguros: ambientes tóxicos e relações hierárquicas abusivas são corrosivos para a saúde emocional. Tenha canais de escuta, políticas claras e ações firmes contra o assédio.
- Fortaleça a escuta ativa e o diálogo constante: ouvir as dores e sugestões dos colaboradores é essencial para criar um ambiente emocionalmente saudável e adaptado às reais necessidades da equipe.
“Neste Dia do Trabalho, a reflexão vai além dos direitos trabalhistas formais. Estamos falando de um novo pacto entre empresas e pessoas, mais humano, mais respeitoso e mais sustentável emocionalmente”, conclui Fatima Macedo.