Europ Assistance Brasil

Dia Internacional da Proteção de Dados: como o PIX, o Open Finance e a LGPD estão transformando o ambiente digital no Brasil

Oscar das fintechs: Banco Útil é reconhecido com dois prêmios da Fincatch / Foto: Freepik
Foto: Freepik

Com o PIX facilitando os pagamentos e o Open Finance crescendo 35% em um ano, proteger as informações nunca foi tão importante

No dia 28 de janeiro, celebramos o Dia Internacional da Proteção de Dados, uma data que reforça a importância de garantir a segurança e a privacidade no mundo digital. Esse é um tema que ganha ainda mais relevância com o crescimento do PIX, do Open Finance e do uso de aplicativos financeiros, como PicPay, Nubank e Mercado Pago, que transformam a maneira como nos relacionamos com os serviços digitais.

O PIX, por exemplo, já é o meio de pagamento mais difundido entre os brasileiros. O serviço de pagamento instantâneo, criado pelo Banco Central (BC), é usado por 76,4% da população. Em seguida, vêm o cartão de débito (69,1%) e o dinheiro (68,9%). Os dados estão na pesquisa “O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro”, publicada pelo BC.

O Open Finance, por sua vez, atingiu 37 milhões de consentimentos em outubro de 2024, sendo 99% de pessoas físicas, o que representa um crescimento de 35% em relação aos 27 milhões registrados no mesmo período de 2023, segundo o estudo “Evolução do Open Finance no Brasil”, elaborado pela consultoria internacional BIP.

Esses avanços são um reflexo da confiança crescente dos consumidores em compartilhar informações de forma estruturada e segura. Contudo, apesar dos benefícios do compartilhamento de dados, ainda há dúvidas sobre como fazê-lo de maneira segura no mercado financeiro, mantendo o equilíbrio entre inovação e privacidade.

“É essencial que tanto empresas quanto consumidores compreendam a importância de proteger dados como nome, endereço, histórico financeiro e hábitos de consumo, garantindo conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, menciona o especialista e CEO da Lina Open, Alan Mareines.

LGPD: 58% das empresas aumentaram seus investimentos em segurança

A LGPD foi criada para regulamentar o uso e a proteção de dados pessoais, promovendo privacidade e segurança. No entanto, um levantamento da PwC revelou que 58% das empresas aumentaram seus investimentos em segurança da informação após a implementação da legislação. Isso demonstra que, apesar de o processo de conformidade estar em andamento, há uma conscientização crescente sobre a relevância de proteger os dados pessoais.

A adequação das empresas brasileiras com a Lei tem avançado, mas ainda enfrenta desafios significativos. De acordo com um estudo da Logicalis, apenas 36% das organizações no Brasil afirmam estar totalmente aderentes à LGPD, enquanto 43% estão em processo de implementação de medidas para se adequar ao código. Notavelmente, 6% das empresas ainda não iniciaram ações específicas para conformidade.

“A adaptação à LGPD traz vários desafios para as empresas, como a necessidade de revisar políticas internas, treinar funcionários e implementar novas tecnologias de proteção de dados. Essas medidas são essenciais para evitar vazamentos de informações e garantir a confiança dos consumidores”, analisa o CEO da Lina Open X, Mareines.

Para Mareines, os consumidores têm um papel vital na proteção de seus dados. “É fundamental estarem cientes de seus direitos, como o direito de acesso, correção e exclusão de seus dados, além de adotarem boas práticas ao compartilhar informações pessoais, como verificar a legitimidade das empresas e utilizar canais seguros”, detalha.

Como compartilhar dados de forma segura?

Para compartilhar informações de forma segura, é essencial adotar práticas recomendadas. Antes de mais nada, certifique-se de que os sites e aplicativos que você utiliza são confiáveis e empregam tecnologias de criptografia. Você pode verificar isso observando se o endereço começa com “https” e se há um ícone de cadeado na barra de navegação.

Além disso, leia atentamente as políticas de privacidade para entender como seus dados serão coletados, armazenados e usados. Priorize serviços que sejam transparentes e claros em relação a essas práticas.

Ajuste as configurações de privacidade em plataformas e dispositivos para controlar quais informações serão compartilhadas e com quem. Sempre que possível, habilite a autenticação de dois fatores (2FA) para adicionar uma camada extra de proteção às suas contas. Também é importante criar senhas exclusivas e robustas para cada conta e, se necessário, utilizar um gerenciador de senhas para organizá-las de forma segura.

Mantenha seus dispositivos e aplicativos atualizados com as versões mais recentes de softwares e correções de segurança. Evite utilizar redes Wi-Fi públicas para transmitir dados pessoais; opte por conexões privadas ou, caso precise, use uma rede virtual privada (VPN) para garantir uma conexão segura. Revise, regularmente, as permissões concedidas a aplicativos no seu dispositivo, autorizando apenas o acesso às informações indispensáveis para seu funcionamento.

Cuidado com e-mails, mensagens e links que pareçam suspeitos ou solicitem informações pessoais. Sempre confirme a autenticidade do remetente antes de compartilhar qualquer dado.

Faça backups frequentes de arquivos importantes para garantir que possa recuperá-los em caso de perda ou ataque cibernético. Em determinadas situações, considere utilizar soluções como carteiras digitais ou tokens de autenticação para proteger dados sensíveis.

Por fim, mantenha-se atualizado sobre práticas modernas de segurança e privacidade, acompanhando novas ameaças e vulnerabilidades. “Ao seguir essas diretrizes, é possível compartilhar informações com mais segurança, protegendo a privacidade e reduzindo, significativamente, os riscos de exposição ou uso indevido de dados pessoais”, ressalta Alan.

10 benefícios de compartilhar seus dados de maneira segura

Compartilhar informações pessoais pode oferecer uma série de benefícios tanto para os consumidores quanto para as empresas. Segundo uma pesquisa da Mastercard, enquanto 60% dos executivos acreditam que os consumidores reconhecem vantagens em compartilhar seus dados para obter benefícios, apenas 44% dos usuários realmente enxergam valor nisso.

Para as empresas, os dados fornecem insights valiosos sobre tendências de mercado e áreas de melhoria, o que contribui para o desenvolvimento de produtos e serviços mais inovadores. Já os consumidores podem se beneficiar em diversos aspectos ao optar pelo compartilhamento seguro de suas informações, tais como:

  1. Serviços personalizados: dados compartilhados permitem que empresas adaptem produtos e serviços às preferências individuais dos consumidores. Um exemplo prático são plataformas de streaming que sugerem conteúdos com base no histórico de visualização do usuário.
  2. Descontos e recompensas: muitas empresas oferecem vantagens como cupons, promoções exclusivas ou programas de fidelidade em troca de informações dos clientes, incentivando sua lealdade.
  3. Melhoria da experiência do usuário: dados ajudam as empresas a criar interfaces mais intuitivas e funcionalidades que correspondam às expectativas dos usuários, aprimorando a jornada do cliente.
  4. Acesso exclusivo: algumas funcionalidades ou vantagens, como acesso antecipado a lançamentos e eventos exclusivos, estão disponíveis apenas para aqueles que optam por compartilhar suas informações.
  5. Recomendações mais relevantes: com base nos dados, empresas conseguem sugerir produtos e serviços que realmente atendam às necessidades dos consumidores, economizando tempo e melhorando a experiência.
  6. Aperfeiçoamento de produtos e serviços: feedback e dados de uso ajudam as empresas a identificar falhas e áreas de melhoria, resultando em soluções mais eficientes e adaptadas às demandas dos usuários.
  7. Segurança aprimorada: bancos e serviços digitais podem usar dados de comportamento para detectar fraudes rapidamente, além de oferecer processos de autenticação mais seguros e práticos.
  8. Suporte personalizado: o compartilhamento de dados permite que as empresas ofereçam suporte técnico mais ágil e eficaz, ajustando soluções às necessidades específicas de cada cliente.
  9. Avanços em saúde e bem-estar: na área médica, dados compartilhados possibilitam diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e monitoramento contínuo, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
  10. Incentivo à inovação: dados coletados de forma ética contribuem para avanços em tecnologia e inteligência artificial, gerando benefícios que impactam, positivamente, toda a sociedade.

“Entender a importância do compartilhamento de dados e adotar práticas seguras pode trazer inúmeros benefícios, tanto para consumidores quanto para empresas, promovendo um ambiente digital mais seguro e eficiente”, conclui Mareines.

Total
0
Shares
Anterior
Demanda por seguros de automóveis cresce 10,7% em 2024
Estudo mostra que 65% realizam manutenção no carro antes de viajar nas férias de verão/ Foto: Unsplash

Demanda por seguros de automóveis cresce 10,7% em 2024

Time da Neurotech destaca o impacto positivo do mercado de veículos novos, que

Próximo
Seguro Residencial oferta serviço que ajuda a identificar riscos para crianças nas moradias
Emerson Nagata, Superintendente Executivo de Negócios e Soluções de Produtos de Danos da Brasilseg / Foto: Reprodução

Seguro Residencial oferta serviço que ajuda a identificar riscos para crianças nas moradias

Apólice da BB Seguros oferece serviço de inspeção que orienta sobre os perigos

Veja também