Data reforça a notoriedade da integração entre saúde e tecnologia, que otimiza o tempo e possibilita diagnósticos precoces
A cada ano que passa, o setor da saúde vem integrando-se com as novas tecnologias que surgem no mercado para promover maior eficiência nos processos internos das instituições, reduzindo seus custos e aumentando a competitividade. Com objetivo de dar nome a este movimento, surgiu, em meados de 2011, o conceito “Saúde 4.0”, um modelo que traduzia esta integração legítima e crescente.
Após mais de 10 anos deste momento, a versão 5.0 vem se concretizando como uma nova tendência no setor e traz consigo algumas distinções se comparado ao modelo anterior. Na busca por utilizar de maneira mais massiva as novidades do mundo tech, a Saúde 5.0 tem como premissa colocar o paciente no centro de todo o processo e promover o uso de dados de maneira mais humanizada.
Dentre os benefícios que a Saúde 5.0 pode promover ao ecossistema, podemos citar a melhoria na qualidade de vida do paciente, maior prevenção de doenças, de autocuidado, fomento da medicina à distância, acompanhamento contínuo, além de auxiliar na elaboração de políticas públicas de saúde, otimizando o trabalho e o tempo dos pacientes e profissionais.
“Desde que o mundo foi afetado pela pandemia de Covid-19, as estratégias de digitalização na medicina se viram obrigadas a acontecer. Hoje, o uso da tecnologia aplicada ao setor de saúde traz vantagens não só para os negócios, mas também para os pacientes”, pontua Marcos Moraes, diretor da vertical de saúde da FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios.
Para comemorar o Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, o diretor elencou as seis principais tendências da Saúde 5.0 para os próximos anos.
1 – Dispositivos inteligentes
Biossensores, rastreadores e impressoras 3D, por exemplo, são dispositivos que auxiliam e otimizam diversos processos ligados à saúde. A impressora 3D já é utilizada na impressão de implantes e próteses, e os biossensores e rastreadores permitem o monitoramento e análise da saúde dos pacientes que acabam recebendo diagnósticos precoces. Os dispositivos também podem ser usados para acompanhamento de doenças crônicas.
2 – Internet das Coisas Médicas (IoMT)
A Internet das coisas consiste em integrar dispositivos a sistemas, possibilitando a troca de informações entre ambos, enquanto a Internet das Coisas Médicas (IoMT), por sua vez, é uma evolução desse conceito, porém aplicada ao setor da saúde. “Nesse sentido, a IoMT se fundamenta na coleta contínua de dados para aplicar em modelos preditivos, possibilitando que profissionais da saúde realizem diagnósticos mais precisos e façam tratamentos personalizados.”, explica Marcos.
Na saúde, a integração do mundo real com o virtual pode ser feita por meio de dispositivos que monitoram a saúde dos pacientes, levando as informações de prontidão aos médicos, mesmo à distância. “Wearables são exemplos claros do uso dessa tecnologia. Eles possuem funções para medir padrões de sono e batimentos cardíacos, entre outras, que podem avisar imediatamente os profissionais sobre o atual estado de saúde daquela pessoa, precavendo qualquer eventualidade”, explica Marcos.
3 – Cloud Computing
O armazenamento em nuvem traz otimização de tempo e organização, especialmente para os médicos, que podem ter acesso aos prontuários eletrônicos de qualquer lugar e a qualquer momento, o que é de extrema importância em casos de emergência. “Além de garantir a segurança dos dados, a cloud computing no sistema de saúde também traz assertividade nos diagnósticos e, mais uma vez, pode prevenir problemas potencialmente mais graves”, fala Moraes.
4 – Big Data
Clínicas e hospitais recebem muitos pacientes com diagnósticos diversos. Porém, devido a esse alto número, é possível também otimizar e identificar padrões, cruzando informações que poderão auxiliar os profissionais em diagnósticos mais precisos. Com o Big Data, é possível constatar sintomas e problemas parecidos dentro de um grupo com diferentes indivíduos.
5 – Telemedicina e Realidade Virtual
Entre 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de consultas foram realizadas por telemedicina, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital. O modelo virou tendência desde a pandemia, e hoje é encorajado, desde que feito de forma segura e ética sob a orientação do Conselho Federal de Medicina (CFM). “Graças à tecnologia, é possível que os profissionais façam um atendimento eficaz e satisfatório, mesmo a distância, por meio de plataformas auxiliares, que ajudam no diagnóstico e no atendimento mais humanizado possível”, complementa o executivo.
Ainda no contexto de distância, a realidade virtual deve vir como grande revolução do setor, permitindo que os pacientes possam usar o modelo para o tratamento da dor, de fobias e da ansiedade, e que estudantes de medicina, por exemplo, consigam treinar determinados procedimentos sem precisar usar pacientes reais.
6 – Robôs autônomos
A automatização completa dos sistemas de pedidos de suprimentos e rastreamentos otimizam o atendimento ao paciente e economizam o tempo dos profissionais de saúde. “Os robôs autônomos recebem e preenchem pedidos de suprimentos médicos 24 horas por dia, o que diminui o tempo de execução desse serviço e libera os profissionais para dedicarem mais tempo aos pacientes”, conclui Marcos.