Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: psiquiatra do Santa Marcelina explica como prevenir e tratar complicações na saúde mental

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Photo by Ashkan Forouzani on Unsplash

Cerca de 14 mil pessoas tiram a própria vida anualmente no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, comemorado no dia 10 de setembro, é a data escolhida pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio para conscientizar a população sobre a importância do cuidado com as complicações na saúde mental, uma das principais causas de suicídios no mundo. De acordo com a OMS, são registradas mais de 700 mil mortes anuais deste tipo em todo o mundo, sem contar os episódios subnotificados, que podem contribuir para a marca de mais de 1 milhão de óbitos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, média de 38 pessoas que tiram a própria vida diariamente. 

Praticamente 100% dos casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Para Thiago Rodrigues de Castro, coordenador da psiquiatria do Hospital Santa Marcelina, a maioria das mortes poderia ter sido evitada se os pacientes tivessem acesso ao tratamento adequado e informações relevantes. 

“Nos últimos anos observamos uma queda nos números de suicídios em todo o mundo. Porém, nos países das Américas, e principalmente no Brasil, o índice de tentativas tem aumentado, especialmente entre os jovens de 15 a 29 anos, que tem esta como a quarta maior causa de óbitos, atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal”, afirma o especialista.

Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.

Prevenção

Como a grande maioria dos casos está relacionada a episódios de depressão, transtorno bipolar, uso de substâncias e esquizofrenia, o suicídio é um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. 

As principais medidas de prevenção consistem na adoção de bons hábitos, como a redução do estresse, a prática regular de atividades físicas e um bom suporte social.

“É importante ressaltar que todos estão suscetíveis aos danos na saúde mental, que podem levar a pessoa a tirar a própria vida. Dessa forma, principalmente os pacientes que já tiveram uma tentativa prévia ou que já presenciaram familiares ou pessoas próximas que tentaram cometer o suicídio, devem redobrar a atenção e procurar ajuda sempre que sentirem alguma anormalidade”.

Tratamento

Classificado em diferentes escalas de condições, o tratamento do suicídio foi atualizado ao longo do tempo e varia conforme a condição clínica de cada paciente. “Quando se percebe que existe um problema que gera o pensamento de morte, é fundamental que o paciente procure ajuda especializada, para identificar os fatores de risco e os fatores de proteção que contribuem para a diminuição desses riscos, seja com medidas práticas, conversas ou mesmo medicações. A principal recomendação é que as pessoas falem abertamente sobre o tema e estejam próximas umas das outras, observando alterações no comportamento e atitudes no cotidiano”, finaliza o médico.

Ajude a salvar vidas!

Incentive a pessoa a buscar ajuda profissional e tratamento. Reforce a importância dos cuidados com a saúde mental para todos.

Se você sentir a necessidade de conversar com alguém sobre seus sentimentos e pensamentos, ligue gratuitamente para o CVV no número 188 ou entre no site www.cvv.org.br.

Durante crises mais delicadas, a indicação é buscar os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) para acolhimento e encaminhamento.

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