Do mascarar sintomas aos efeitos de interações perigosas: especialista alerta para riscos de automedicação

orange and white medication pill on persons hand
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Analgésicos, antitérmicos e outros figuram entre os principais remédios usados mesmo sem recomendação médica

O uso de medicamentos sem orientação médica segue como um hábito comum entre os brasileiros e pode trazer consequências sérias para a saúde. Analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e até mesmo vitaminas são consumidos livremente por muitas pessoas que buscam alívio rápido, mas nem sempre conhecem os efeitos colaterais e as interações que essas substâncias podem provocar. Segundo os últimos dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz), em 2017, os medicamentos foram o principal agente de intoxicação no país, responsáveis por 27% dos casos registrados.

De acordo com o Dr. Thiago Piccirillo, clínico geral da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, qualquer medicamento pode representar risco quando utilizado de forma incorreta. “A automedicação cria uma impressão de controle, como se bastasse conhecer os sintomas para decidir o que tomar. Na verdade, cada organismo reage de um jeito e até remédios populares podem causar danos importantes quando usados sem avaliação médica”, afirma o médico. 

O especialista reforça que o diagnóstico preciso é sempre o primeiro passo para o tratamento adequado. Entre os medicamentos mais consumidos sem indicação médica estão:

  • Analgésicos e antitérmicos: usados para dor e febre.
  • Anti-inflamatórios: buscados para dores musculares, febre e desconfortos variados.
  • Antibióticos: frequentemente procurados de forma equivocada para quadros virais.
  • Antialérgicos: comuns em reações leves, mas que podem mascarar sintomas importantes.
  • Vitaminas e suplementos: muitos utilizam sem necessidade real ou avaliação laboratorial.

Os riscos associados ao consumo inadequado variam conforme o tipo de medicamento. Anti-inflamatórios, por exemplo, podem aumentar a pressão arterial e causar danos renais e gástricos. Antibióticos usados de forma indiscriminada contribuem para a resistência bacteriana, um problema de saúde pública global. Até mesmo analgésicos considerados inofensivos podem gerar intoxicações, alergias e sobrecarga no fígado. Já vitaminas e suplementos podem causar desequilíbrios metabólicos quando ingeridos sem necessidade comprovada.

“O perigo da automedicação não está apenas na escolha errada do remédio, mas no fato de que o paciente pode mascarar sintomas de condições mais graves. Muitas vezes, o alívio momentâneo adia o diagnóstico e compromete o tratamento”, explica Dr. Piccirillo.

O especialista reforça que qualquer medicamento deve ser prescrito por um profissional habilitado, que avalia histórico clínico, possíveis interações, exames necessários e riscos individuais. “Em caso de dor persistente, febre prolongada, reações alérgicas, dificuldade respiratória ou qualquer sintoma que gere dúvida, o ideal é buscar atendimento médico para garantir segurança e tratamento adequado”, conclui.

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