A doença de Behçet é uma inflamação crônica e autoimune caracterizada por manifestações recorrentes de lesões que podem ser orais, genitais, cutâneas, inflamação ocular e dores articulares. Pode ocorrer em homens e mulheres, mas costuma ser mais grave em homens. Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, a doença de Behçet (DB) ocorre com mais frequência em países da Ásia e do Mediterrâneo. No Brasil, não há dados epidemiológicos, mas a doença atinge homens e mulheres de todas as regiões do país.
A presença de aftas recorrentes é uma das primeiras queixas dos pacientes, muito antes do diagnóstico. A integrante da Câmara Técnica de Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dra. Silmara Regina, explica que as lesões orais são semelhantes a úlceras aftosas, mas que duram por mais tempo e têm maior gravidade. Por isso, os profissionais de saúde bucal devem estar atentos aos sintomas apresentados e à sua recorrência.
Diagnóstico
Além das aftas, pacientes com a doença de Behçet podem apresentar lesões na pele parecidas com acne ou nódulos sensíveis, assim como ulcerações genitais dolorosas. A Dra. Silmara ressalta que o diagnóstico é difícil, visto que não há um exame específico. “O diagnóstico é estabelecido pelas manifestações clínicas e exclusão de outras doenças com sintomas semelhantes”, esclarece a cirurgiã-dentista.
A profissional orienta que quando houver suspeita da doença de Behçet, o ideal é que o paciente procure ajuda de um especialista em doenças autoimunes, como o reumatologista e também uma equipe multidisciplinar como o cirurgião-dentista e outros profissionais, conforme os sintomas forem se apresentando.
Em relação à causa da doença, ela ainda é desconhecida, mas há estudos que a relacionam com uma origem imunológica.
Tratamento e cura
A causa da doença de Behçet ainda é desconhecida, mas há estudos que indicam que fatores genéticos, como a presença do gene HLA-B51, e fatores ambientais, como infecções, podem ajudar a desencadear a doença.
De acordo com a integrante da Câmara Técnica do CROSP, o objetivo do tratamento é controlar os sintomas e prevenir possíveis complicações. A intervenção é feita com corticoides e imunossupressores a depender das lesões presentes.
