Além de não sofrerem com a oscilação do mercado por não estarem correlacionados, existem operações que oferecem ganhos em moeda americana e acima da taxa Selic que deve subir com a pressão inflacionária
Desde o pânico do mercado ao final de dezembro de 2024, o dólar tem se mantido acima dos R$ 6,00, pressionando a inflação e, por consequência, novas elevações da taxa Selic. Tal cenário prejudica diretamente empresas dos setores de varejo e de construção civil, por exemplo, barateando suas ações na Bolsa. O Ibovespa perdeu o suporte dos 120 mil pontos e vem se destacando pela volatilidade.
Mas, cenários como o atual trazem também oportunidades, principalmente para aqueles que buscam a diversificação do capital e os ativos alternativos têm se mostrado uma opção interessante.
“A volatilidade da Bolsa não afeta em nada o desempenho dos ativos alternativos porque não há correlação entre eles. No caso do dólar alto, há a possibilidade de investir, a partir do Brasil, em ativos dos Estados Unidos. Ou seja, para quem aproveita esta oportunidade, os ganhos serão em dólar, o que amplia a rentabilidade”, explica Arthur Farache, CEO da Hurst Capital, maior plataforma de ativos alternativos da América Latina, esse ambiente aparentemente caótico traz.
A própria Hurst já lançou várias operações deste tipo. A mais recente, que está aberta para aportes, é a de stock options de startups do setor de tecnologia nos Estados Unidos. A partir do Brasil é possível adquirir participações nessas empresas com base em um valuation relativamente baixo. Ao final, no evento de liquidez, espera-se que o valor seja muito mais elevado, gerando ganhos significativos para todos os envolvidos.
Outras operações lançadas em 2024 também se destacaram. A Hurst proporcionou a possibilidade de os brasileiros investirem em ativos de empresas da Suíça, com rentabilidade em francos suíços. Também lançou a operação com exposição no mercado imobiliário americano, através da parceria com a RealtyMogul, maior plataforma online de investimentos imobiliários nos Estados Unidos.
Outro exemplo é a Liquidity Pool, em criptomoedas. A operação de Pools de Liquidez possui taxa de retorno estimada em 44% a.a. no cenário base, com expectativa de rendimentos mensais de até 3% ao mês e prazo de encerramento preestabelecido em 60 meses. Essa Operação é um novo conceito de investimento com rendimentos mensais e payback estimado em 33 meses. As criptomoedas estão desatreladas de qualquer mercado e, com o dólar subindo, quem tem criptomoeda ganha no momento da conversão pela mesma razão do câmbio.
Mas a vantagem dos alternativos não se limita àqueles que podem ser comercializados no exterior. Operações com ativos puramente nacionais também se mostram como boas oportunidades nesses tempos difíceis como são os casos de royalties musicais, obras de artes, precatórios, entre outros.
No caso dos precatórios a rentabilidade está vinculada ao valor nominal e não sofre influência do câmbio. Os precatórios têm suas rentabilidades atreladas ao CDI, que segue a Selic. Um exemplo desse tipo de operação é o Super Federal Preferencial, que abrange Certificados de Recebíveis lastreados em honorários advocatícios de processos judiciais contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Sua rentabilidade estimada é de 30% ao ano.
“Sem dúvida alguma, os ativos alternativos trazem vantagens em momentos difíceis porque costumam manter a rentabilidade. Mas não se trata apenas de retorno financeiro. Os ativos reais são uma ótima oportunidade desde que seja adotada uma estratégia de diversificação e que, antes de investir, seja feita uma análise detalhada dos riscos e potenciais retornos. Além, claro, de o investidor considerar as tendências a longo prazo”, comenta Farache.