Boletim Ourominas destaca incertezas sobre política monetária nos EUA e manutenção da atratividade dos ativos de proteção
O dólar opera em alta nesta quarta-feira, 19 de novembro de 2025, cotado em torno de R$ 5,31, em um dia marcado por cautela no cenário internacional. De acordo com análise da Ourominas, o movimento reflete o reposicionamento de investidores diante das incertezas sobre os próximos passos da política monetária norte-americana.
Segundo Elson Gusmão, diretor de Câmbio da Ourominas, o ambiente global ainda inspira prudência. “A valorização do dólar está ligada às expectativas de ajuste nas posições em ativos de risco, em meio às dúvidas sobre o ritmo de atuação do Federal Reserve”, avalia. Embora o índice DXY venha mostrando fraqueza relativa, o mercado segue atento a novos dados de inflação e emprego nos Estados Unidos.
No plano doméstico, o real continua se beneficiando do diferencial de juros. A perspectiva de manutenção da Selic em patamar elevado mantém o Brasil atrativo para o capital estrangeiro e sustenta a moeda brasileira, mesmo em um dia de dólar mais forte no exterior. A percepção de relativa estabilidade fiscal também contribui para o apetite por ativos locais, ainda que o quadro siga exigindo monitoramento.
Nos contratos futuros, o dólar oscilou em uma faixa estreita ao longo do dia, com volume moderado e poucos gatilhos para movimentos mais bruscos. A Ourominas destaca, porém, que o câmbio segue vulnerável a mudanças rápidas no humor dos mercados globais. Surpresas em indicadores americanos ou novas sinalizações de política monetária podem reacender a volatilidade.
Ouro se mantém firme como proteção em cenário incerto
No mercado de metais, o ouro à vista permanece em patamar elevado, negociado próximo de US$ 4.090 por onça-troy. No Brasil, o ouro 24K é cotado em torno de R$ 21.640 por onça e cerca de R$ 696 por grama, segundo dados recentes.
Para Mauriciano Cavalcante, diretor de Ouro da Ourominas, o movimento traduz a busca por proteção em um cenário global ainda marcado por incertezas. “O apetite por ativos de segurança segue forte, apoiado pela expectativa de cortes de juros no exterior e pela fraqueza relativa do dólar”, afirma. Esse quadro reduz o custo de oportunidade de manter o metal e reforça sua atratividade para investidores.
A demanda estrutural de bancos centrais, que seguem ampliando ou mantendo suas reservas em ouro, também dá suporte aos preços. Ao mesmo tempo, a instituição ressalta que o mercado não está imune a correções: um eventual fortalecimento mais intenso do dólar, mudanças na trajetória dos juros ou uma melhora consistente dos indicadores econômicos globais podem reduzir o ímpeto de alta do metal.
Por ora, o ouro continua exercendo papel relevante como hedge em carteiras expostas à volatilidade de moedas e à oscilação dos ativos de risco. Os especialistas da Ourominas destacam que os preços atuais refletem, em grande parte, expectativas sobre o futuro da política monetária e da atividade econômica, o que torna o acompanhamento de dados e comunicados oficiais ainda mais determinante para os próximos movimentos.
