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Dólar bate recorde histórico e fecha a R$ 6,09 em meio a incertezas fiscais e externas

Renda fixa nos EUA: título similar ao CDB rende 5,65% em dólar / Foto: Alexander Mils / Unsplash Images
Foto: Alexander Mils / Unsplash Images

O dólar à vista registrou um novo recorde ontem (16), encerrando o dia cotado a R$ 6,092, apesar dos leilões realizados pelo Banco Central para conter a alta. A valorização reflete as preocupações do mercado com o cenário fiscal brasileiro, somado ao ambiente externo desafiador e incertezas econômicas globais.

Segundo Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, a alta do dólar é impulsionada pela insegurança em torno do pacote de corte de gastos no Congresso, a deterioração das projeções de inflação e o complexo cenário internacional. “O mercado aguarda decisões importantes tanto do Fed quanto os próximos passos do Copom, o que aumenta a volatilidade”, afirmou.

Incertezas fiscais e projeções econômicas

A tramitação do pacote de gastos no Congresso é crucial e tem um prazo limitado, até sexta-feira (20), antes do recesso parlamentar. No entanto, mesmo com uma possível aprovação, persiste o ceticismo sobre o impacto das medidas para restaurar a credibilidade fiscal do Brasil. O Boletim Focus, divulgado ontem, reforçou esse pessimismo ao projetar uma Selic mais alta para 2025 e 2026, além de revisões negativas nas expectativas de inflação.

Internamente, o mercado também está de olho na ata do Copom, divulgada hoje, referente à decisão que elevou a taxa de juros em 1 ponto percentual, para 12,25%. A expectativa é que o documento reforce a sinalização de novos aumentos consecutivos na Selic, o que pode influenciar o câmbio, embora parte desse cenário já esteja precificada.

Cenário externo: China e EUA em foco

No panorama internacional, os dados divulgados ontem mostraram que as vendas no varejo chinês ficaram abaixo das projeções, intensificando a pressão por novos estímulos econômicos no país. Além disso, as tensões comerciais com os EUA aumentaram, com novos desdobramentos no governo Trump.

Nos Estados Unidos, o mercado aguarda a decisão do Fed, prevista para amanhã, com expectativa de um corte de 0,25% nos juros. A atenção estará voltada ao pronunciamento do banco central norte-americano, especialmente quanto às projeções econômicas para os próximos meses.

Calendário econômico destaque

  • Zona do Euro: Balança comercial de outubro e discurso de Elderson (BCE).
  • EUA: Vendas no varejo (10h30) e produção industrial de novembro (11h15).
  • Brasil: Ata do Copom (8h).

A combinação de fatores fiscais, projeções inflacionárias preocupantes e um cenário externo conturbado reforça o pessimismo, pressionando o câmbio a patamares históricos. O mercado segue atento aos próximos desdobramentos, com ênfase no impacto das decisões internas e globais nos próximos dias.

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