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Dólar mantém alta diante de incertezas fiscais e tensões geopolíticas, aponta especialista da Ourominas

O que esperar do dólar ao final de 2023? Especialistas apostam em cenário de câmbio estável/ Foto: Unsplash
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O dólar segue em alta frente ao real, impulsionado por incertezas no cenário fiscal brasileiro e pela escalada de tensões geopolíticas globais. Na última terça-feira (19), o dólar à vista fechou cotado a R$ 5,7679. Com o feriado da Consciência Negra nesta quarta-feira (20), o mercado doméstico permaneceu fechado, aumentando a expectativa sobre os próximos movimentos no câmbio.

Segundo Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, o mercado internacional reage às incertezas provocadas pelo prolongamento da guerra entre Rússia e Ucrânia, que mantém prêmios de risco elevados. “Além disso, a demora no anúncio do aguardado pacote fiscal no Brasil intensifica as tensões, já que o mercado costuma reagir mais às expectativas do que aos eventos em si”, avalia o especialista.

Pacote fiscal: o divisor de águas

O pacote de cortes de gastos planejado pelo governo brasileiro tem papel central no comportamento do câmbio. Conforme Gusmão, a magnitude das medidas será determinante para os movimentos do dólar e da curva de juros futuros. “Um pacote robusto pode fortalecer o real, ao reduzir incertezas e prêmios de risco, enquanto medidas tímidas ou insuficientes podem manter o dólar pressionado”, explica.

Independentemente do conteúdo das medidas, o discurso oficial do governo deverá reiterar o compromisso com o arcabouço fiscal, um fator que pode trazer alívio parcial ao mercado.

Tensões externas e calendário econômico

No cenário internacional, as decisões da China de manter suas taxas de juros estáveis reforçam o foco dos investidores nos desdobramentos econômicos globais. Além disso, indicadores dos Estados Unidos, como pedidos de seguro-desemprego e relatórios de vendas de casas usadas, devem trazer pistas sobre a saúde econômica da maior economia do mundo.

Na Europa, o dia também será marcado por eventos importantes, incluindo os discursos de membros do Banco Central Europeu (BCE) e dados de confiança do consumidor, que podem influenciar o euro e, indiretamente, o comportamento do dólar.

Agenda Econômica do dia (21/11)

  • Brasil: Reunião do Conselho Monetário Nacional (9h) e divulgação do fluxo cambial estrangeiro (14h30).
  • Zona do Euro: Produção no setor de construção (9h), confiança do consumidor (12h) e discursos do BCE (12h30).
  • EUA: Pedidos de seguro-desemprego, relatório de empregos do Fed da Filadélfia e atividade industrial (10h30); vendas de casas usadas (12h).

A combinação de fatores domésticos e internacionais mantém o câmbio em um cenário de volatilidade. Para investidores e analistas, o momento exige cautela e atenção redobrada às próximas movimentações políticas e econômicas. “O mercado está sempre em busca de previsibilidade. Quando isso falta, o câmbio sofre os impactos”, conclui Gusmão.

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