Boletim da Ourominas aponta real sustentado por juros altos e ouro próximo das máximas históricas em cenário de incerteza global
O dólar opera nesta terça-feira (18) em torno de R$ 5,33, com leves oscilações ao longo do dia dentro da faixa entre R$ 5,29 e R$ 5,34, segundo boletim da Ourominas. O movimento é de estabilidade, mas reflete um quadro de atenção redobrada às decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
De acordo com Elson Gusmão, diretor de Câmbio da Ourominas, o real segue apoiado pelo diferencial de juros ainda elevado no país, que mantém o Brasil atrativo para o capital estrangeiro. “O real segue sustentado principalmente pelos juros ainda elevados no Brasil, que mantêm o país interessante para investidores externos”, afirma. Apesar desse suporte, a incerteza em torno da trajetória fiscal limita uma valorização mais forte da moeda brasileira. “As dúvidas sobre o cenário fiscal continuam atuando como freio, impedindo que o real deslanche frente ao dólar”, observa o executivo.
Efeito sobre empresas e consumidores
O euro também mostra comportamento neutro, negociado próximo de R$ 6,18 e acompanhando o tom mais estável das moedas internacionais. No ambiente externo, o dólar se mantém sem grandes catalisadores, o que reduz a pressão sobre moedas de países emergentes.
O câmbio em patamar elevado, no entanto, segue pressionando importadores, que lidam com custos maiores na compra de insumos e produtos no exterior. Exportadores, por outro lado, continuam se beneficiando do real mais fraco, favorecendo receitas em moeda local. Para o consumidor que planeja viajar ou fazer compras fora do país, o momento ainda não é considerado favorável.
Nos próximos dias, o mercado deve seguir atento às sinalizações do Banco Central brasileiro e do Federal Reserve, além de novos dados de inflação e indicadores fiscais. Qualquer mudança de percepção sobre juros e equilíbrio das contas públicas pode alterar rapidamente o humor do câmbio.
Ouro mantém patamar elevado em cenário de incerteza
No mercado de metais preciosos, o ouro é negociado ao redor de US$ 4.035 por onça troy, próximo das máximas recentes. O movimento reflete a busca global por ativos de proteção em um ambiente de incerteza econômica, dólar menos forte e dúvidas sobre o ritmo de crescimento das principais economias. “O preço do ouro continua sustentado pela procura de investidores que buscam proteção contra riscos globais, inflação resistente e expectativas de cortes de juros mais à frente”, explica Mauriciano Cavalcante, economista e diretor de Ouro da Ourominas.
Segundo ele, os juros elevados nos Estados Unidos ainda exercem pressão contrária, ao aumentar o custo de oportunidade de manter posições em um ativo que não gera renda, mas o balanço de fatores segue favorável ao metal. Tensões geopolíticas e dados mais fracos em algumas regiões reforçam esse quadro.
Mercados consumidores relevantes, como o asiático, continuam registrando demanda firme, tanto para joalheria quanto para investimento. “Enquanto persistirem incertezas econômicas e riscos geopolíticos, o ouro tende a permanecer em patamares elevados”, avalia Cavalcante. Um fortalecimento mais intenso do dólar ou nova alta nos rendimentos dos Treasuries, porém, pode provocar ajustes de curto prazo nas cotações.
*Com informações de Comunicação Conectada.
