Confira análise de Elson Gusmão, Diretor de Câmbio da Ourominas
O dólar encerrou a última segunda-feira cotado a R$ 6,098, refletindo a combinação de incertezas no cenário fiscal doméstico e movimentações cautelosas no mercado global. Internamente, o foco recai sobre as discussões no governo sobre cortes de gastos para viabilizar o cumprimento do arcabouço fiscal aprovado recentemente.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e membros da equipe econômica sinalizaram medidas adicionais que poderão ser debatidas após a aprovação do Orçamento de 2025. Entre as iniciativas anunciadas está a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, acompanhada por cortes de despesas públicas. Contudo, o mercado reagiu com ceticismo, alimentando dúvidas sobre a sustentabilidade do equilíbrio fiscal, o que impulsionou a alta do dólar.
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, trouxe projeções que reforçam a cautela. As expectativas para o dólar e a inflação apontam para desafios no curto prazo, especialmente em um contexto de juros elevados no Brasil e no exterior.
Mercado global em alerta
No cenário internacional, os mercados aguardam com atenção a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, prevista para amanhã, que poderá influenciar as decisões futuras do Federal Reserve sobre taxas de juros. Apesar da expectativa de manutenção dos juros, há sinais de que o ciclo de aperto monetário pode se prolongar, caso pressões inflacionárias persistam.
Outro ponto de atenção é a possível posse de Donald Trump nos EUA, que pode trazer medidas protecionistas e inflacionárias, impactando o dólar globalmente. Já na China, o yuan segue pressionado, com uma desvalorização de mais de 3% frente ao dólar desde a eleição de Trump. Sendo o maior parceiro comercial do Brasil, os sinais de estímulos econômicos na China são essenciais para o mercado local, com potencial para favorecer o real e apoiar o setor de commodities.
Agenda econômica do dia
Nesta terça-feira, o mercado acompanhará a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP) nos EUA, às 10h30, além do discurso de John Williams, membro do Federal Reserve, às 17h05. Esses eventos poderão trazer pistas importantes sobre o futuro da política monetária americana e seu impacto nos mercados emergentes.
Elson Gusmão e a Ourominas
Elson Gusmão é o Diretor de Câmbio da Ourominas, considerada uma das maiores empresas de ouro e câmbio do país. Formado em Gestão Financeira em 2016, está há mais de 8 anos na Instituição Financeira e DTVM. Faz análises sobre a cotação de câmbio de moedas e realiza comentários sobre as atualizações do mercado.
A Ourominas, referência no mercado financeiro de câmbio e ouro, é conhecida por sua sólida reputação e serviços certificados internacionalmente, como as certificações ISO 9001 e a GPTW (Great Place to Work). A instituição oferece soluções financeiras diversificadas, atendendo a empresas e pessoas físicas com consultoria especializada, qualidade e baixos custos operacionais.
Com um cenário desafiador à frente, empresas e investidores precisam de estratégias bem definidas para minimizar riscos e aproveitar oportunidades em um mercado em constante transformação.