Zurich no Brasil

Drex: saiba quais impactos o mercado financeiro pode esperar do “real digital”

Imagem de divulgação (iStock)
Imagem de divulgação (iStock)

Confira artigo de Daniel Oliveira Vice-presidente para a Unidade de Negócios focada em Energia e Serviços Financeiros da Falconi

Os últimos anos garantiram muitas novidades para o setor financeiro nacional, seja com as transferências via Pix ou com o recém-anunciado Pix agendado, uma alternativa ao cartão de crédito. Empresas desse setor estão conectando-se cada vez mais entre si, compartilhando dados de seus clientes para preparar ofertas e produtos mais personalizados, com funcionalidades que buscam facilitar o dia a dia das organizações e das pessoas. Com inovações tão recentes e já amplamente adotadas, ainda é possível inovar nesse setor? O Banco Central (BC) diz que sim e segue trabalhando em sua própria solução, o Drex – acrônimo para “Digital, Real e Eletrônico”, com o “x” fazendo alusão à modernidade.

O “Real Digital” está em desenvolvimento desde 2020 e encontra-se em sua segunda fase de testes, prometendo ser uma solução baseada em blockchain para representar digitalmente diversos tipos de bens. Seu uso exigirá que um banco ou uma instituição financeira atue como intermediário entre comprador e vendedor, “tokenizando”, por meio do Drex, itens comercializáveis — tangíveis ou não — como imóveis, carros, ações, marcas, patentes, entre outros.

As transações serão realizadas por meio de contratos autônomos e automatizados, com condições predefinidas, garantindo que os valores monetários só sejam transferidos quando ambas as partes concordarem com os termos. Segundo um estudo do Atlantic Council, dos Estados Unidos, até o momento apenas onze países — incluindo Jamaica, Nigéria e Bahamas — já implementaram sistemas semelhantes, enquanto outros vinte e um, como a China, estão testando seus próprios serviços.

Antes de iniciar a fase de testes, o Banco Central abriu oportunidades para que empresas atuantes em diversos mercados se cadastrassem para utilizar essa novidade, o que permitiu que ao menos dois grandes benefícios já fossem observados na rotina das transações: segurança e agilidade. Fundamentais para soluções tecnológicas atuais, essas duas vantagens — que já podem ser consideradas características obrigatórias no desenvolvimento de um serviço nos dias de hoje — se apresentam aqui como garantias de que as transações ocorram em um ambiente controlado e protegido, seguindo as regras e a fiscalização do Banco Central.

Como exemplo, ao vender um apartamento, é comum que o patrimônio só seja transferido para o novo proprietário após a realização do pagamento. Com o Drex, não importa quem dará esse primeiro passo, pois a quantia só será enviada após o acordo de ambas as partes. Com isso em mente, recursos como esse são eficazes e transmitem a proteção necessária para evitar golpes ou acordos incompletos.

O Drex a favor da eficiência

O Drex já teve seu lançamento adiado algumas vezes e segue sem uma data definitiva, mas é importante ressaltar que mudanças como essa exigem maturidade gerencial e conhecimento profundo dos mecanismos e agentes do negócio antes de serem colocadas em prática.

Vale considerar questionamentos como: “Quais custos serão reduzidos ao embarcar nesse mercado?”, “Estamos preparados para lidar com uma nova legislação que ainda não foi validada?”, “Como a empresa pode criar novos produtos e serviços com base nos benefícios que o Drex apresenta?”. Todo questionamento é válido, e a resposta está no desenvolvimento de um planejamento que leve em conta a busca pela eficiência operacional.

O Drex apresenta um enorme potencial para transformar o sistema financeiro brasileiro, tornando-o mais eficiente, seguro e inclusivo. A análise dos impactos em transações financeiras, segurança e meios de pagamento demonstra as diversas oportunidades que essa nova moeda digital pode oferecer.

É fundamental que o Banco Central, em conjunto com o setor privado, trabalhe na regulamentação e implementação da nova plataforma de forma diligente e transparente, para que os benefícios sejam maximizados e os riscos, minimizados. Sua implementação bem-sucedida pode impulsionar o desenvolvimento do sistema financeiro brasileiro, promover a inclusão financeira e fortalecer a competitividade da economia nacional.

Total
0
Shares
Anterior
Fintech brasileira cria sistema que impede imposto indevido em dobro e ajuda empresas a faturar mais
Leonardo Moreira Gomes, CEO da Paytime, detalha soluções como controle parental e 3D Secure para garantir transações seguras Divulgação

Fintech brasileira cria sistema que impede imposto indevido em dobro e ajuda empresas a faturar mais

O “split de pagamentos” da Paytime promete evitar a bitributação ao

Próximo
ABRH-SP realiza a 10ª edição do Congresso LIFE com foco na liderança feminina como motor de transformação social e econômica
(Foto: Divulgação) Congresso Life 2024

ABRH-SP realiza a 10ª edição do Congresso LIFE com foco na liderança feminina como motor de transformação social e econômica

Evento acontece no dia 17 de junho, no Teatro CIEE, em São Paulo, e reúne

Veja também