Economia da longevidade movimenta mais de R$ 1,6 trilhão no Brasil

Marcos Eduardo Ferreira, especialista em longevidade e investidor anjo / Foto: Divulgação
Marcos Eduardo Ferreira, especialista em longevidade e investidor anjo / Foto: Divulgação

Especialista analisa como diversos setores estratégicos têm reconhecido e se adaptado a essas demandas

A economia da longevidade já movimenta mais de R$ 1,6 trilhão anualmente no Brasil, segundo projeção do Instituto Locomotiva. Trata-se de um mercado em expansão que atende às necessidades de mais de 30 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais. Segundo Marcos Eduardo Ferreira, especialista em longevidade e investidor anjo, diversos setores estratégicos têm reconhecido e se adaptado a essas demandas.

Setores em crescimento

“O setor de saúde, por exemplo, está investindo em tecnologias de telemedicina, cuidados domiciliares e infraestrutura hospitalar especializada”, explica Ferreira. Produtos como suplementos alimentares, medicamentos específicos para doenças crônicas e serviços de reabilitação também estão em alta demanda.

A inovação tecnológica é outra área crucial. “Aplicativos de saúde, dispositivos de monitoramento e segurança, além de plataformas de comunicação, mantêm os idosos conectados e seguros”, diz Ferreira. A educação contínua também é vital, com cursos de atualização e programas de capacitação se tornando mais acessíveis.

Adaptação das empresas

Empresas estão adotando diversas estratégias para atender às necessidades dessa população, incluindo a personalização de produtos e serviços e o treinamento de equipes para um atendimento mais empático e inclusivo. “As campanhas de marketing também têm valorizado a experiência e a sabedoria dos mais velhos”, acrescenta Ferreira. Ele destaca ainda a importância de um ambiente de trabalho integrado e intergeracional, o que implica mudanças nas políticas de aposentadoria compulsória.

O empreendedorismo sênior também está em alta. “Com a maior expectativa de vida, muitos idosos estão buscando novas formas de gerar renda, seja por necessidade ou por realização pessoal”, analisa Marcos Eduardo Ferreira.

Oportunidades e desafios

Com a previsão de que um em cada quatro brasileiros será idoso em 30 anos, as oportunidades de negócios nesse mercado são vastas. “Cuidados de saúde personalizados, tecnologia assistiva, habitação adaptada e educação contínua são algumas das áreas promissoras”, comenta Ferreira. No entanto, as empresas enfrentarão desafios significativos, como a adaptação de produtos e serviços e a capacitação de funcionários.

Experiência pessoal e visão

Após trajetória na MAPFRE, Ferreira decidiu investir em startups e cofundou o canal Homens de Prata no YouTube. “Tudo que está ligado ao fenômeno da longevidade está vinculado a um mercado em ascensão”, sinaliza o especialista, destacando a necessidade de uma “Vertical de Longevidade” dentro dos fundos de Venture Capital. Ele também ajudou a criar a Silver Hub, que apoia empreendedores liderando startups voltadas para soluções para a população madura.

“Na Silver Hub, colocamos em prática o que percebo que ainda falta no mercado, buscando conexões que possam gerar escala para as startups e opinando sobre a aderência dos produtos para os longevos”, acrescenta Ferreira.

Iniciativas inovadoras

Entre os projetos apoiados pela Silver Hub estão a Techbalance, que usa tecnologia para prevenir quedas, e a Truvio, uma plataforma de medicina preventiva e monitoramento de pacientes crônicos. “Também apoiamos a Misyu, uma plataforma de benefício sucessório, e o Vida60mais, um marketplace de produtos e serviços para os maduros”, indica Ferreira.

A Silver Hub adota um modelo de negócio de investimento de risco com participação acionária nas startups. “Acreditamos na força do mercado nacional e da América Latina, tanto que no Inova Silver, nosso evento anual, convidamos essas empresas a participarem”, pondera o investidor.

Políticas públicas e exemplos internacionais

Ferreira acredita que infraestrutura de saúde especializada, programas de educação continuada para idosos e políticas habitacionais incentivando moradias adaptadas são essenciais. “Exemplos internacionais como o Japão, com suas tecnologias assistivas, e a Alemanha, com seu sistema de seguros de cuidados de longa duração, oferecem modelos que o Brasil pode adaptar”, conclui.

A economia da longevidade não é apenas uma oportunidade econômica, mas também um imperativo social. Empresas que reconhecem e investem nas necessidades dessa população não só garantem seu crescimento, mas também contribuem para uma sociedade mais inclusiva e preparada para o futuro.

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