Uma pesquisa realizada pelo Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação (CEPI) do Instituto Jô Clemente (IJC) apontou que crianças e adolescentes com deficiência que frequentam salas de aula em escolas de ensino regular apresentam ganhos importantes em questões de desenvolvimento, como autonomia, comunicação, linguagem, expressão, relacionamento interpessoal e aprendizagem.
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Roseli Olher, supervisora educacional do IJC, afirma que a educação inclusiva para estudantes que possuem algum tipo de deficiência é importante para o desenvolvimento. Essa evolução, segundo ela, se dá por meio do convívio com outros alunos que não possuem as mesmas características. “É importante porque os estudantes com alguns tipos de deficiência se desenvolvam de forma integral por meio do convívio com outros alunos sem deficiência. Tornando-se parte integrante da sociedade, adquirindo maior independência e autonomia”, completa.
Na avaliação da terapeuta infantil Tatiana Lima, a relevância do tema inclui aspectos relacionados ao convívio social. “Visando que essa pessoa que tem algum tipo de deficiência intelectual é um ser humano, então ela tem emoções. Quando você não se sente acolhido a um ambiente, isso mexe muito com as questões emocionais", destaca.
"Quando uma criança que tem deficiência intelectual não está próxima a outras crianças, ela não se sente acolhida e isso acaba gerando baixa autoestima, gera pra ela que não vai conseguir algumas coisas que deseja na vida, trazem muitas inseguranças. Então, assim, quando tem essa educação inclusiva, que a criança se sente acolhida, mesmo com a sua deficiência, ela tem um progresso muito grande e vai evoluindo a cada passo e etapa dessa educação”, complementa a especialista.
A supervisora também explica que, para inserir essa forma de ensino nas escolas regulares, é preciso levar esse debate para dentro das instituições de ensino, pois, de acordo com a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência e a com Lei Brasileira de Inclusão, este é um direito do aluno.
“É necessário que as escolas flexibilizem o currículo escolar tornando-o acessível a todos os estudantes com e sem deficiência. Eliminar as barreiras arquitetônicas, investir na capacitação dos profissionais, dar uma abertura a um diálogo com os familiares, acolher essas pessoas de forma respeitosa, valorizar o potencial do estudante com deficiência, pois eles são capazes de aprender, se for dada a oportunidade”, explica Roseli.
A educação inclusiva é um direito assegurado a todas as pessoas com deficiência, de frequentarem escolas de ensino regular, em todos os níveis de ensino.