Bancos associados à Febraban já investiram mais de R$ 2 bilhões no projeto, que conta com mais de 2,3 bilhões de comunicações bem-sucedidas ocorridas todas as semanas
Com mais de 2,3 bilhões de comunicações bem-sucedidas todas as semanas, o Open Finance completa 4 anos de operação no Brasil. Neste último ano, foi observado um crescimento expressivo do ecossistema, com o número de consentimentos evoluindo de 43 milhões, em janeiro de 2024, para 62 milhões em janeiro de 2025, um crescimento de 44% no período.
As instituições representadas pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) já investiram mais de R$ 2 bilhões no projeto. Atualmente, há mais de 150 colaboradores de bancos associados atuando ativamente na convenção do Open Finance, com o suporte de mais de 200 profissionais envolvidos nas agendas. Além disso, uma governança interna conta com 22 grupos, totalizando em 2024 aproximadamente 870 horas dedicadas a reuniões e elaboração de propostas para apoiar a implementação.
A infraestrutura funciona no Brasil sob regulação do Banco Central. O sistema trabalha por meio de APIs (interfaces de programação de aplicações), que fazem a conexão entre as instituições participantes e permitem a troca de informações entre elas de uma maneira padronizada. O cliente dá o seu consentimento para o compartilhamento de suas informações, que deverá ser usado pela instituição somente para a finalidade específica na qual foi autorizada e dentro de um período escolhido, não podendo qualquer instituição fazer o uso das informações para outra finalidade.
As informações compartilhadas entre os bancos são usadas para oferecer ao consumidor melhores ofertas de produtos e serviços personalizados e com melhores custos. Atualmente, há uma variedade de produtos e serviços sendo ofertados ao cliente, entre eles, de agregadores financeiros, para iniciação de pagamentos, soluções para ofertar melhores propostas de crédito, e serviços voltados para cashbacks e tarifas.
O último ano foi marcado pelo lançamento de funcionalidades de pagamentos recorrentes. Desde abril de 2024, os clientes já podem programar transferências automáticas entre suas contas em instituições diferentes. Desta forma, por exemplo, eles podem evitar entrar em cheque especial em um determinado banco, transferindo recursos de uma conta que tenha fundos.
Além disso, foi também lançada a funcionalidade de agendamento recorrente de valor fixo, permitindo que os clientes possam agendar transferências recorrentes de mesmo valor, facilitando pagamento de custos recorrentes e fixos.
“O Open Finance brasileiro já é o maior do mundo, tanto em escopo de dados, como em volume de chamadas. Neste ano, uma de nossas prioridades será a implantação da estrutura de governança definitiva”, afirma Carolina Sansão, diretora-adjunta de Inovação, Tecnologia e Cibersegurança da Febraban.
Novidades
De acordo com Carolina Sansão, os participantes entram no 5º ano de Open Finance com evoluções importantes previstas, tanto para melhoria nas implementações já disponíveis, quanto para novas funcionalidades a serem lançadas, como:
- Pix Automático: similar ao débito automático, permitirá que os clientes deem autorização para débitos automáticos recorrentes para pagamentos de contas (Ex.: assinatura de streaming, contas de concessionárias)
- Jornada sem redirecionamento: a partir de uma jornada de vínculo entre seu dispositivo, o ITP e seu banco, os clientes permitirão débitos em suas contas até um determinado valor sem a necessidade de autenticação no seu banco a cada pagamento solicitado pelo cliente (Ex.: pagamento de serviços de delivery de refeição)
- Portabilidade de crédito: inicialmente previsto para crédito pessoal sem garantia, as instituições poderão ofertar a portabilidade de crédito em uma jornada mais digital e utilizando os dados do Open Finance para melhorar a troca de informação. O processo atual de portabilidade de crédito continuará existindo nos moldes atuais, com o previsto via Open Finance se tornando mais uma alternativa ao cliente.
Além disso, em 2025 será o 1º ano com a nova governança do Open Finance, com uma associação criada em dezembro de 2024 para operar o ecossistema. Sob a liderança de Ana Carla Abrão, recentemente eleita diretora-presidente, espera-se uma migração para um novo modelo de trabalho mais eficiente. As instituições, em especial os associados Febraban, continuarão apoiando a implementação e operação dessa importante infraestrutura do Sistema Financeiro Nacional.
Segurança
Para realizar o desenvolvimento do Open Finance dentro de um ambiente seguro, um time de especialistas trabalha constantemente com melhores práticas de mercado dentro de um grupo de trabalho. Com isso, todas as operações realizadas ocorrem em um ambiente com diversas camadas de segurança, seguindo padrões consolidados internacionalmente.
O cliente é o dono de seus dados pessoais, e o Open Finance funciona irrestritamente dentro dos preceitos da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e demais regulações pertinentes à segurança dos dados. Além disso, o Banco Central faz a fiscalização dos consentimentos e da proteção dos dados dos clientes, de acordo com as normas e regulamentos já em vigor.