Reconhecimento aconteceu durante o evento “Mulheres em Ação: Transformando Realidades, Desenvolvendo o Brasil”, promovido nesta terça-feira, 12
A professora Maria da Conceição Tavares foi homenageada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o evento “Mulheres em Ação: Transformando Realidades, Desenvolvendo o Brasil”, promovido pelo Banco, nesta terça-feira, 12, no contexto das celebrações do Dia Internacional da Mulher, comemorado na última semana.
Considerada uma das mais importantes economistas do Brasil e da América Latina, com décadas de relevante atuação no cenário político nacional, a homenageada que também é matemática, professora (Unicamp e UFRJ) e escritora, completa 94 anos no próximo dia 24 de abril. Não presente no evento, Tavares foi representada pela professora e amiga Hildete Hermes de Araújo (UFF), que lembrou que a homenageada figura entre quatro únicas mulheres, em lista que reúne os cem economistas heterodoxos mais importantes do mundo.
Após a exibição de um vídeo em homenagem à Maria da Conceição Tavares, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, contou sua experiência pessoal na preparação de uma das teses da economista e falou sobre suas contribuições para o debate econômico do país com ensaios sobre auge e declínio do processo de substituição de importações no Brasil, sobre estagnação econômica e crescimento brasileiro a partir de movimentos cíclicos.
“Ela foi muito importante para minha geração, para a luta pela democracia, para a discussão de um projeto nacional de desenvolvimento. Ela sempre foi um exemplo em várias dimensões. Então para mim é uma emoção e uma honra estar aqui fazendo esse evento no BNDES, que foi uma casa que ela entrou em 1958. Ela tem tudo a ver com a história do Banco. Foi aqui que ela se formou. A Conceição era, acima de tudo, uma intelectual. Orgânica, como ela gostava que fosse reconhecida. O que me chamou sempre a atenção foi sua integridade intelectual. Ela sempre foi muito coerente com as coisas que verdadeiramente acredita”, afirmou.
Em seu discurso, a secretária-executiva da Controladoria-Geral da União (CGU), Vânia Vieira, ressaltou que, com a presidência do Brasil no G20 este ano, pela primeira vez, haverá um grupo de trabalho dedicado especificamente ao tema do empoderamento da mulher: “Hoje, obviamente, a gente tem toda uma discussão acerca do papel da mulher na sociedade. Eu não preciso dizer aqui para uma instituição financeira, dos maiores bancos públicos de fomento do mundo, qual é a importância da inclusão feminina no desenvolvimento. Hoje, todos os estudos apontam para o fato de que a inclusão das mulheres no mercado de trabalho, isso, por si só, aumentaria o PIB dos países em desenvolvimento, isso geraria maior riqueza, isso geraria maior desenvolvimento social e econômico em todas as suas perspectivas”, apontou.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, participou do evento como palestrante no painel “Mulheres do Desenvolvimento Desenvolvendo o Brasil”, ao lado de Júlia Dias Leite (diretora presidente do CEBRI), Laís Abramo Brasil (secretária nacional de cuidados e família do MDS), Tainá de Paula (secretária municipal de meio ambiente e clima do Rio de Janeiro).
“Não temos como pensar desenvolvimento sem levar em conta a diversidade brasileira e as múltiplas desigualdades existentes”, ressaltou a Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. Em sua fala, a ministra destacou ainda a retomada do protagonismo do BNDES e os atuais esforços do Governo Federal na construção de um projeto de desenvolvimento justo e inclusivo, articulando iniciativas como o Novo PAC, Nova Indústria Brasil e Plano de Transformação Ecológica.
Avanços do BNDES
O evento seguiu com o painel “Diversidade e Inclusão no BNDES”, em que foram homenageadas empregadas da instituição. Em sua fala, ainda na abertura do evento, a diretora de Pessoas, TI e Operações do BNDES, Helena Tenório, destacou os mais recentes avanços do Banco no tema de diversidade e inclusão, como o aumento da equidade de gênero na ocupação de funções executivas, tendo o número de mulheres executivas aumentado de 32% (dezembro de 2022), para 35% (junho 2023), sendo que em posição de superintendência, o aumento foi de 14% para 40%, e em posição de Diretoria, de 13% para 44%.
Ela também ressaltou a instituição de um projeto corporativo estratégico do Banco sobre Diversidade, Equidade e Inclusão, originado a partir das demandas dos próprios empregados, no âmbito da Comissão de Diversidade da Associação de Funcionários do BNDES, constituída por representantes de segmentos historicamente minorizados como os de mulheres, PcDs, de LGBTQIAPN+ e pessoas negras.
Mais recentemente, o Banco recebeu o selo “Mais Mulheres na Liderança” da Associação Brasileira de Bancos (ABBC 2024), concedido a instituições financeiras que promovem a igualdade de gênero com pelo menos duas mulheres em cargos de direção.