Na manhã desta terça-feira (16), foi realizado o segundo dia do seminário internacional que apresentou a Estratégia Rotas de Integração Nacional, programa que atua na promoção do desenvolvimento das regiões e no fortalecimento das cadeias produtivas locais, a representantes de países parceiros do Brasil. Cerca de 90 pessoas estiveram presentes. Além de brasileiros, representantes de Argentina, Chile, Colômbia, Angola, El Salvador, México, Santa Lúcia, Uruguai e Peru também acompanharam a sessão.
Durante o evento, os participantes também conheceram o funcionamento da Plataforma Rota-S, que conta com uma página na internet e uma versão para smartphones, disponível gratuitamente nas lojas de aplicativos com o nome Rotas de Integração Nacional.
Técnicos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) explicaram as funcionalidades da Plataforma Rota-S aos participantes, que aprenderam os passos necessários para a inclusão de informações para a criação de um novo polo das Rotas de Integração Nacional e para o cadastro dos produtores e produtos na ferramenta digital. A ideia é que os próprios produtores do Brasil e do exterior que usarem a Rota-S alimentem a plataforma com informações.
“Um diferencial da Plataforma Rota-S é que os próprios produtores são responsáveis por inserir e gerir as informações no sistema. Porque eles são os atores principais desse processo. E o seminário é importante para mostrarmos as boas práticas de inclusão produtiva e desenvolvimento regional que estão sendo desempenhadas no Brasil e como elas podem ajudar no crescimento dos nossos vizinhos”, reforçou a secretária nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano do MDR, Sandra Holanda.
Quem acessar a página ou o aplicativo da Rota-S vai encontrar dados como os tipos de Rotas existentes, os polos que já estão em funcionamento por todo o País e quais cidades integram cada unidade. Também é possível conhecer um breve histórico de cada cadeia produtiva apoiada pela Estratégia e fazer um cadastro de produtos. Nesta última etapa, o produtor deve informar a Rota de que faz parte, qual polo integra e inserir dados da empresa.
“A Plataforma é uma forma de dialogarmos com os produtores das Rotas, de democratizarmos o conhecimento e promovermos a transferência de tecnologia entre os polos. Isso fortalece a capacidade produtiva e tem impacto para o desenvolvimento regional”, destacou a coordenadora-geral de Sistema Produtivos e Inovadores do MDR, Valquíria Duarte.
Para Romélia Souza, especialista em Projetos de Cooperação Técnica Internacional do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a Rota-S tem potencial para impactar positivamente a troca de experiências entre produtores dos diferentes países. “Essa plataforma tem impacto de conectar países, territórios e regiões e, dessa forma, faz sua contribuição para a redução das desigualdades”, disse.
O seminário foi realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e contou com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Fundação Arthur Bernardes (FUNARBE), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável (IPPDS) e Instituto Avaliação.
A sessão desta terça-feira também contou com apresentações de casos de sucesso em cadeias produtivas do País. Um deles foi do Polo Sertão do São Francisco da Rota do Cordeiro, em Pernambuco. O outro foi da cadeia produtiva da avicultura de corte em Goiás.
Rotas de Integração Nacional
As Rotas são redes de arranjos produtivos locais associadas a cadeias produtivas estratégicas capazes de promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras priorizadas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Buscam promover a coordenação de ações públicas e privadas em polos selecionados, mediante o compartilhamento de informações e o aproveitamento de sinergias coletivas a fim de propiciar a inovação, a diferenciação, a competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos associados, contribuindo, assim, para a inclusão produtiva, inovação e o desenvolvimento regional.
Atualmente, há 11 Rotas reconhecidas: do Açaí, da Biodiversidade, do Cacau, do Cordeiro, da Economia Circular, da Fruticultura, do Leite, do Mel, da Moda, do Pescado e da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
“As Rotas têm esse caráter de promover o desenvolvimento regional, beneficiando milhares de pessoas que integram essa iniciativa”, disse o diretor de Desenvolvimento Regional e Urbano do MDR, Francisco Soares Júnior. “E a Rota-S vai facilitar o intercâmbio de informações entre os produtores para desenvolvermos ainda mais as Rotas”, reforçou.