Confira artigo de Paula Toguchi, Business Solutions Lead da MetLife Xcelerator LatAm
Na América Latina, onde milhões de pessoas ainda não têm acesso a um seguro formal, falar apenas em inovação já não é suficiente. É preciso falar de inclusão, de acesso e de propósito. Nesse contexto, o embedded insurance surge como uma ferramenta concreta e escalável para democratizar a proteção financeira, integrando-a diretamente nos ambientes digitais que as pessoas utilizam em seu dia a dia.
Na MetLife Xcelerator, colaboramos de perto com plataformas de e-commerce, carteiras digitais, bancos e aplicativos de serviços para criar soluções adaptadas a cada ecossistema. Esses parceiros têm propostas de valor únicas, mas enfrentam um desafio comum: oferecer aos usuários produtos relevantes, úteis e acessíveis, sem fricções nem sobrecarga de informações.
A seguir, compartilho cinco princípios que foram fundamentais em nossa experiência ao desenhar e implementar embedded insurance no Brasil, e que podem servir de guia para organizações em toda a região.
1. Personalização baseada em dados reais
A personalização deixou de ser um diferencial e passou a ser a expectativa dos usuários. Entender decisões e comportamentos reais dos clientes, quando compram, como se deslocam, em quais momentos estão mais expostos a riscos, permite desenhar coberturas verdadeiramente relevantes, baseadas em necessidades concretas, e não em perfis genéricos.
2. Design contextual
O embedded insurance deve fazer parte do fluxo natural de uma experiência digital. Não pode parecer um produto “adicionado” ou imposto. Se o usuário está solicitando um empréstimo, contratando uma viagem ou realizando entregas, aquele é o momento adequado para oferecer proteção. Projetar para o contexto significa compreender esses cenários e responder com soluções claras, simples e oportunas.
3. Integração fluida com o ecossistema do parceiro
O sucesso não depende de imposição de soluções padronizadas, mas sim de se integrar de forma fluida ao ambiente do parceiro. Isso requer conhecer a fundo o modelo de negócio, os canais, as métricas de sucesso e o estilo de comunicação de cada parceiro, para que o seguro se torne uma extensão natural da experiência do usuário.
4. Simplicidade radical
A clareza na proposta e no processo de contratação é essencial para gerar confiança. Em um ambiente digital em que tudo acontece em segundos, simplicidade não é opcional. Um processo ágil, sem fricções e de fácil entendimento permite que mais pessoas tenham acesso a produtos de proteção, inclusive aquelas que nunca haviam considerado contratar um seguro.
5. Agilidade na execução
Desenhar uma solução eficaz é apenas o primeiro passo. Para que tenha impacto, é necessário executá-lo com agilidade: lançar pilotos, coletar feedback de usuários reais, iterar e escalar. Em mercados dinâmicos como os da América Latina, velocidade e capacidade de adaptação são tão importantes quanto a tecnologia.
Em uma região onde grande parte da população ainda enfrenta vulnerabilidades econômicas diante de imprevistos, o embedded insurance não é uma moda passageira. Trata-se de uma ferramenta estratégica para ampliar o acesso à proteção financeira, aproximando o seguro da vida cotidiana das pessoas.
Com dados, empatia e colaboração entre setores, é possível transformar a proteção em uma opção real e acessível para milhões de latino-americanos. O desafio não é apenas inovar: é incluir com propósito e desenhar soluções que façam a diferença.