No Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino (19 de novembro), celebramos a coragem e a determinação de mulheres que estão fazendo a diferença em suas áreas. Um exemplo é a história de Mírian Queiroz, uma advogada que fez uma transição em sua carreira dentro do Direito, dando uma pausa em sua atuação na esfera tributária para se dedicar à mediação extrajudicial. Mírian nunca imaginou que o amor pela mediação chegaria de maneira tão despretensiosa. Durante um encontro com uma amiga, que apresentou os métodos consensuais de resolução de conflitos. “Fiquei fascinada com a possibilidade de resolver conflitos de forma consensual e humanizada”, lembra a advogada.
Após ganhar experiência e realizar algumas especializações, ela decidiu dar um passo audacioso: lançou sua própria empresa, a Mediar Group, empresa especializada em acordos extrajudiciais. “O início foi um misto de alegria e medo. Realizar um sonho é empolgante, mas assustador, especialmente em tempos incertos. No meu caso, a incerteza se tornou ainda mais palpável com a pandemia, que trouxe muitos desafios. Com as escolas fechadas e as aulas online, eu tinha que equilibrar a rotina da empresa e as atividades da casa, inclusive, cuidando dos meus filhos. Foi um período intenso, mas consegui me adaptar”, revela.
De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres representam 34% dos negócios, sendo mais de 10 milhões de empreendedoras. Mírian é parte dessa estatística, demonstrando que, apesar dos desafios, as mulheres estão cada vez mais empreendendo e conquistando seu espaço. “Eu fico muito feliz ao ver as mulheres conquistando o mercado de trabalho. Na Mediar Group, 98% do quadro é composto por mulheres. Não somos excludentes, mas acho muito importante a participação feminina no meu setor. Precisamos de iniciativas que fomentem a atuação da mulher em vários segmentos”, explica a advogada.
Mírian se estabeleceu no mercado, não apenas com a Mediar Group, também lançou um novo empreendimento voltado especificamente para o setor securitário, a MediarSeg. “As coisas foram acontecendo muito rápido. Iniciei um trabalho para uma companhia de seguros, o resultado foi muito positivo. Após esse projeto, percebi que o setor securitário precisava de uma empresa especializada na resolução de conflitos envolvendo as companhias. Meu objetivo é transformar a maneira como as empresas encerram disputas. A mediação pode ser utilizada em vários setores, estamos trabalhando para alcançar outros segmentos”, destaca. Sua abordagem, fundamentada no diálogo e na empatia, permite que muitos processos sejam finalizados fora dos tribunais, amparados pela Lei 13.140/2015 e pelo Código de Processo Civil.
A MediarSeg já encerrou mais de 3 mil processos, gerando uma economia de mais de 80 milhões para as companhias de seguros. O resultado expressivo rendeu algumas honrarias para a empresa, como menções do Conselho Nacional de Justiça e da Confederação Nacional das Seguradoras. “Este ano, realizamos um acordo internacional entre uma companhia de seguros brasileira, que é nossa cliente, e uma família nos Estados Unidos. Esse caso é um exemplo claro de como o foco na resolução de conflitos de maneira amigável e eficaz pode fazer toda a diferença, pois havia um apelo emocional muito forte. A mediação não se limita a resolver controvérsias, mas oferecer apoio emocional e dignidade às partes envolvidas”, menciona Mírian.
Para compartilhar seu conhecimento e promover a cultura de pacificação, Mírian lançou recentemente o PodMediar!, um podcast sobre mediação e outras formas de resolução de conflitos. “Quero fomentar o uso da mediação e levar informação para a sociedade. Quero que as pessoas saibam que há outras formas de resolver seus problemas. O programa é uma forma de encorajar as empresas a incluírem a mediação em seu fluxo. O podcast surgiu para desmistificar o processo de mediação e incentivar mais pessoas a adotarem essa prática”, finaliza a diretora da Mediar Group.