A recolocação profissional após os 60 anos é tarefa difícil e individual. Com o avanço da tecnologia, da transformação digital e da virtualização dos processos, os trabalhadores que chegam à terceira idade têm buscado se reinventar frente às novas exigências do mercado, que prioriza pessoas mais jovens para ocupar os cargos nas empresas. Essas ações refletem nos dados do desemprego, que entre os idosos teve um aumento significativo, saindo de 18,5% em 2013 para 40,3% em 2018, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
Para entender melhor a questão do envelhecimento da força de trabalho no Brasil, a consultoria PwC e a Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (EAESP-FGV) realizaram em 2013 uma pesquisa com 108 empresas que revelou que apenas 1% dos cargos são ocupados por pessoas com mais de 65 anos, sendo que 70% das empresas que responderam à pesquisa acreditam que profissionais na terceira idade são mais caros, 69% responderam que eles não se adaptam bem às mudanças e 63% os veem como acomodados com a proximidade da aposentadoria.
“A experiência profissional somada à experiência de vida faz com que a terceira idade tenha um grande diferencial competitivo. Além de terem valores como serem mais tolerantes, responsáveis, proativos e éticos. A falta de habilidade com as tecnologias e a ausência de empatia por parte das empresas são algumas das barreiras que estes profissionais enfrentam como justificativa para o desligamento ou recolocação. É necessário pensarmos na terceira idade, que tem muito conhecimento, competência e força de vontade, mas não conseguem uma oportunidade para voltarem ao mercado”, disse a empresária e diretora da franquia Mãe de Deus Corretora de Seguros, Caroline Lund.
Para estimular e introduzir esses profissionais em sua rede de franquias, Caroline Lund criou um programa de inclusão exclusivo para o público acima de 60 anos que busca empreender ou se recolocar no mercado. Ao se tornar um franqueado, o profissional realiza um treinamento profundo e intensivo que, segundo a empresa, além de explicar de forma detalhada todos os produtos que comercializa e técnicas de venda, também ensina sobre marketing, as tecnologias envolvidas para gerenciar a empresa, a legislação do setor e vivências que fogem das apostilas dos cursos tradicionais de formação de corretores.
“São várias habilidades necessárias para se tornar um excelente corretor de seguros, e economizar em treinamento não é uma delas. Normalmente o treinamento de uma corretora dura em média três dias, depois desse curto período o corretor já pode começar a vender os produtos. O nosso treinamento tem a duração de 120 dias, isso porque trabalhamos com mais de 20 seguradoras e cada uma delas conta com dezenas de produtos diferentes. Por isso, fazemos um treinamento completo, abordando técnicas de vendas, técnicas de seguros (todos os ramos e características), as ferramentas de trabalho (softwares de gestão), como gerenciar a corretora e um treinamento prático de como vender, tudo isso para termos certeza que esse profissional está capacitado e seguro em oferecer a melhor solução para o seu cliente. Além disso, deixamos disponível uma plataforma com conteúdo online para o corretor poder se reciclar sempre que quiser”, disse Caroline.
Empreender na terceira idade
O empreendedorismo entre a terceira idade tem crescido nos últimos anos. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae mostrou que em 2018 mais de 650 mil idosos já eram empreendedores, e os motivos que levaram os idosos a investir nessa modalidade são vários, como complemento de renda (49,7%); para se manterem ocupados (21,2%); e para manterem a família (21%).
Entre os benefícios de ter o próprio negócio, está a maior flexibilidade de trabalho, possibilidade de atuar com o que realmente gosta e permanecer ativo, colaborando com a saúde física e mental. “Acredito que as pessoas que passaram dos 60 anos continuam com muita vontade de trabalhar, de fazer a diferença e investir no que acredita. Por isso abrimos as portas da nossa franquia para eles e por isso também estamos investindo em uma formação e treinamento tão profundo. Acreditamos na terceira idade e acreditamos no mercado de seguros”, concluiu Caroline.