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Empresas precisam entender seguros como um forte aliado nas boas práticas da Governança

Eduardo Takahashi, CEO da WTW / Foto: Divulgação
Eduardo Takahashi, CEO da WTW / Foto: Divulgação

Confira artigo do CEO da WTW, Eduardo Takahashi

O mundo ESG balançou nas últimas semanas, principalmente no pilar Governança. O Brasil e demais países testemunharam diversas empresas apresentando problemas contábeis, financeiros, dentre outros, que refletiram fortemente em suas reputações e criaram verdadeiras bolas de neve, atingindo diversos setores.

E o mais grave desses casos é que eles não serão os últimos…

Justamente por isso, executivos de todos os setores passaram a olhar com ainda mais atenção à Governança Corporativa que está sendo praticada dentro de suas companhias, buscando formas de aumentar a segurança, mitigar riscos e se antecipar a novas crises. Nesse sentido, existe um elemento, que pode contribuir muito e reforçar a Governança Corporativa: os seguros.

Se formos analisar o segmento de seguros de uma forma simples e prática, nosso papel nada mais é do que nos anteciparmos aos riscos, criando soluções de prevenção e alternativas para resolvê-los antes que eles explodam. E, caso isso aconteça, atuamos de forma rápida e eficiente para minimizar os danos e reverter a situação e, finalmente, reintegrar o prejuízo sofrido dando sustentabilidade às operações das empresas.

É justamente essa visão estratégica que o mercado de seguros proporciona que garante aos executivos um elemento de governança sem precedentes. Por exemplo, quando falamos de seguro de Crédito, que, de forma simples nada mais é do que garantir que uma empresa receba pelos seus produtos vendidos, nós analisamos balanços financeiros do comprador, verificamos números de vendas feitas, checamos históricos de pagamentos realizados, dentre outras informações financeiras.

Mas não ficamos apenas na contabilidade. Quando são contratados seguros de gestão de riscos cibernéticos, analisamos a vulnerabilidade das empresas, os mecanismos de controle e outras ameaças digitais, por exemplo.

Talvez o mais emblemático de todos seja o seguro D&O (sigla em inglês para Directors & Officers), que de forma simples é uma modalidade de seguro que analisa as práticas de gestão das organizações para atingir seu objetivo e que, consequentemente, traz tranquilidade e proteção para executivos e CEOs, em caso de crises.

Podendo ser contratado por todos os tipos de executivos, de empresas de todos os portes e segmentos, o seguro serve como uma importante ferramenta de avaliação de gestão empresarial, pois faz uma ampla verificação da empresa. Para se ter uma ideia, para contratá-lo são analisadas as práticas adotadas na companhia, histórico da empresa, a reputação, aderência aos princípios ESG, conformidade com leis e regulações locais e internacionais, dentre várias outras questões.

Tudo isso é passado para as empresas, que recebem um raio-x completo e amplo das vulnerabilidades e riscos, podendo sanar essas questões.

É inevitável que surjam comentários afirmando que o mercado de seguros não contribuiu para impedir as crises, principalmente a brasileira. Talvez esse seja o cerne de toda essa argumentação, pois muitas empresas ainda não estão usando essas ferramentas ao seu favor, não as considerando como um elemento fundamental para o processo de governança e, também, para sua própria proteção.

Infelizmente, muitos executivos ainda assumem premissas de que certo setor ou empresa é grande, forte ou importante, sendo impossível ter algum problema.

Contudo, do outro lado, as empresas que levam a sério a utilização dos seguros em sua jornada de negócio, como um elemento da Governança Corporativa e um pilar de segurança, que ouvem, analisam e usam esses produtos como um real instrumento de mitigação de riscos são aquelas que sobrevivem às crises, apresentam crescimento e se destacam.

Basta ver, novamente, o caso brasileiro. As empresas que contrataram o seguro de crédito, por exemplo, possuem mais chances de reaver parte desses prejuízos por meio do mercado segurador, mitigando um pouco os impactos das vendas e dos prejuízos. Para se ter uma ideia, o mercado estima que serão pagos entre R$ 3,5 e R$ 4 bilhões em indenizações no caso mais recente que estamos acompanhando na mídia.

Outro exemplo é o agronegócio, que enfrentou secas e períodos chuvosos atípicos nos 2 últimos períodos e terá uma boa parte deste prejuízo sendo reparado financeiramente pelas seguradoras, o que possibilita ao produtor rural a continuidade do seu negócio.

As ferramentas e os elementos para proteção, mitigação de riscos e aprimoramento da Governança Corporativa existem e estão disponíveis, sendo o mercado de seguros um importante aliado. Agora é fundamental adotá-los na estratégia das organizações.

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