Às vésperas da COP30, um estudo revela que, embora um número crescente de empresas esteja consciente dos riscos climáticos aos quais está exposto e dos prejuízos que esses fenômenos podem causar aos negócios, a maioria ainda não investe de forma adequada para se proteger desses efeitos.
Essa é a conclusão da Pesquisa de Adaptação Climática 2025, realizada pela Marsh, corretora de seguros e consultoria de riscos referência mundial. O levantamento ouviu 130 empresas de diferentes portes e setores econômicos, todas já impactadas por condições climáticas extremas nos últimos três anos, em regiões como América Latina, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e Irlanda, Europa, Ásia, IMEA e Pacífico.
As organizações participantes têm receitas que variam de menos de US$ 1 milhão a mais de US$ 1 bilhão, evidenciando que os desafios climáticos afetam negócios de todos os tamanhos.
Segundo o levantamento, 78% das companhias ouvidas dizem enfrentar impactos relacionados a eventos climáticos, como inundações, altas temperaturas e estresse hídrico. Já 74% das organizações informam ter registrado perdas de ativos e interrupções por questões climáticas.
No entanto, de acordo com a mostra da Marsh, apenas 38% dizem realizar avaliações detalhadas envolvendo possíveis impactos climáticos que poderiam justificar maiores investimentos em prevenção. Mais de metade das empresas (53%) dizem que a principal motivação para investir em adaptação climática é a necessidade de gerenciar riscos.
O estudo da Marsh também revela que as empresas que consideram investir adequadamente ainda falham em mensurar o custo-benefício. Afinal, 51% das organizações desse grupo relatam não fazer esse tipo de avaliação antes de direcionar os recursos – o que indica uma falha importante no planejamento estratégico.
O relatório aponta, ainda, que há um grupo menor de empresas que está um passo atrás nessa jornada, com 22% delas declarando não realizam qualquer tipo de análise de risco climático futuro.
A corretora e consultoria calcula que, para cada dólar aplicado em prevenção, US$ 13 são poupados com gastos que as empresas teriam caso precisassem reconstruir estruturas danificadas por questões climáticas.
A pesquisa também indica que, para 40% das empresas entrevistadas, o volume inadequado do finamento para adaptação climática tem como motivo a competição dos recursos por “outras prioridades de negócios”.

