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Entenda como a relação entre saúde mental e saúde bucal vai além do sorriso

a woman leaning on a rail in front of a brick building
Photo by Nataliia Rabinovych on Unsplash

Depressão, ansiedade e outros transtornos podem levar ao descuido da higiene oral, aumentando os problemas bucais

Você sabia que a saúde mental e a saúde bucal estão conectadas? A falta de motivação para manter a higiene oral, os distúrbios alimentares, o bruxismo e os efeitos colaterais de medicamentos psiquiátricos são alguns dos fatores que tornam pessoas com transtornos mentais mais vulneráveis a problemas odontológicos.

Segundo Ana Paula de Freitas Ravanini, clínica geral especialista em dentística restauradora da Clínica Omint Odonto e Estética, pacientes com depressão, ansiedade ou outras condições psicológicas podem enfrentar dificuldades para realizar cuidados básicos, como escovar os dentes ou usar fio dental. “Isso pode resultar no acúmulo de placa bacteriana, cáries, gengivite e até periodontite, uma doença mais grave da gengiva que pode levar à perda dentária”, explica.

Além da falta de motivação com a higiene, outros fatores contribuem para o surgimento dos problemas bucais:

  • Distúrbios alimentares: na bulimia, transtorno em que o paciente fica mais exposto ao ácido estomacal devido aos episódios de vômito induzido; ou na compulsão alimentar, em que há maior tendência ao consumo de alimentos hiperpalatáveis e ricos em açúcar.
  • Bruxismo: ato de ranger os dentes que provoca problemas na arcada dentária, tendo como causas frequentes o estresse e a ansiedade.
  • Medicamentos psiquiátricos: antipsicóticos e antidepressivos podem reduzir a produção de saliva em alguns indivíduos, causando mau hálito, infecções e cáries. Nesse caso, é fundamental um acompanhamento multidisciplinar com psiquiatra e dentista.

Esse conjunto de condições, segundo a especialista, pode gerar um ciclo vicioso, já que a baixa autoestima decorrente de transtornos mentais leva ao descuido com a saúde bucal, e os problemas na boca acabam impactando ainda mais a autoestima do paciente.

Como os profissionais da área podem ajudar?

Para romper esse ciclo, a atuação do cirurgião-dentista é fundamental, sobretudo quando envolve uma abordagem mais humana e personalizada. “Isso significa adaptar os tratamentos à realidade emocional e cognitiva de cada paciente, oferecer um ambiente acolhedor que reduza estímulos estressantes e explicar cada etapa do atendimento de forma clara e previsível, evitando o aumento da ansiedade”, afirma Ravanini.

Também é importante garantir que o paciente compreenda os procedimentos, contando com o apoio de familiares ou cuidadores sempre que necessário. Além disso, é essencial priorizar sessões mais curtas e frequentes, respeitando o ritmo individual, e adotar uma postura humanizada e paciente.

Para a especialista, a saúde bucal deve ser entendida como parte do cuidado integral com a saúde mental. “A dor de dente, as infecções bucais e a perda dentária afetam diretamente a autoestima, a alimentação, o sono e até a socialização. Por isso, cuidar da boca é cuidar também da mente”, destaca.

A especialista destaca ainda a importância de o profissional estar atento a sinais como agressividade, crises de pânico ou desorientação, para que o paciente seja encaminhado à avaliação psiquiátrica. Em casos de maior complexidade, como fobias severas ou agitação psicomotora, há a possibilidade de sedação consciente ou atendimento hospitalar, sempre com avaliação médica prévia.

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