A B3, bolsa do Brasil, atua para trazer mais oportunidades de negócios e inteligência para o mercado
O mercado de duplicatas movimenta cerca de R$ 10 trilhões por ano no Brasil, mas apenas 10% desses títulos são efetivamente negociados. A B3, bolsa do Brasil, quer mudar esse cenário. Com uma atuação estratégica, a companhia está desenvolvendo soluções que ampliam a segurança, a eficiência e a inteligência no uso das duplicatas como instrumento de crédito.
O que são duplicatas?
As duplicatas são títulos de crédito emitidos por empresas que vendem produtos ou prestam serviços com pagamento a prazo. Elas formalizam o direito de receber um valor futuro e podem ser utilizadas como garantia em operações de crédito.
Após a emissão, esses títulos podem ser negociados com financiadores — como bancos, fintechs ou FIDCs — que antecipam o valor ao cedente. Para que essa antecipação ocorra com segurança, a duplicata precisa estar registrada em uma entidade autorizada pelo Banco Central, como a B3.
Nesse processo, três agentes participam da operação:
- Cedente: a empresa que emite a duplicata e tem valores a receber;
- Sacado: o cliente responsável pelo pagamento;
- Financiador: quem antecipa o valor ao cedente e assume o direito de receber o pagamento do sacado ou quem utiliza a duplicata como garantia de operação de empréstimo.
A duplicata escritural
A duplicata escritural, criada pela Lei 13.775/2018, é a versão digital do título tradicional. Ela trouxe mais segurança jurídica e operacional ao exigir o registro eletrônico de todas as etapas da operação. A partir das Resoluções CMN 4.815/2020 e BCB 339/2023, esse registro passou a ser obrigatório em entidades autorizadas. Adicionalmente, em 2023, a Convenção das Duplicatas estabeleceu regras de interoperabilidade entre escrituradores e registradoras, criando um ecossistema padronizado e integrado.
“A B3 já atua como registradora autorizada e, com a obrigatoriedade de registro de ativos pelos FIDCs em entidades registradores autorizadas desde novembro de 2024, ocupa a posição de liderança no mercado, garantindo transparência e acesso às informações sobre os recebíveis. Estamos construindo uma plataforma robusta para também atuar como escrituradora e desenvolvendo soluções inteligentes a partir da maior base de dados do mercado. Nosso objetivo é oferecer um ambiente ágil, transparente e seguro para permitir a negociação de duplicatas”, afirma Humberto Costa, diretor de Produtos e Estratégia de Balcão da B3.
A duplicata escritural é a evolução da duplicata mercantil e oferece benefícios adicionais como rastreabilidade do status do título, reforço da segurança jurídica, aceite digital com presunção de validade e integração com instrumentos de pagamento como boletos e Pix dinâmicos. Esses avanços tornam a jornada de crédito mais segura e eficiente para todos os envolvidos.
Monitor de Recebíveis: inteligência para o mercado
Como primeira iniciativa nesse novo ecossistema, a B3 e a Neurotech, marca da B3, lançaram o Monitor de Recebíveis, uma plataforma de análise de risco e gestão de garantias de duplicatas. Integrada à atual e futura plataforma de duplicata, a solução oferece aos financiadores uma visão mais completa, confiável e inteligente dos recebíveis. Com isso, bancos e FIDCs ganham mais segurança e agilidade na concessão de crédito.
A plataforma combina a robustez da infraestrutura da B3 com a inteligência analítica da Neurotech para gerar, otimizando a concessão de crédito.
“Queremos ir além das exigências regulatórias e entregar inteligência real para o mercado de crédito. Com o Monitor de Recebíveis, financiadores tomam decisões mais seguras, empresas operam com mais confiança e o mercado evolui para um novo patamar de eficiência”, conclui Costa.