Dr. Lúcio Gusmão, ortopedista especialista em dor crônica e aguda, destaca que hábitos saudáveis e acompanhamento médico são essenciais para evitar fraturas e complicações
Celebrado na próxima segunda-feira (20), o Dia Mundial da Osteoporose alerta não apenas para a condição que ameaça silenciosamente os brasileiros, mas conscientiza para importância dos cuidados com a saúde óssea. No Brasil, estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas convivam com a doença, responsável por aproximadamente 200 mil mortes anuais. De acordo com a International Osteoporosis Foundation (IOF), o número de casos deve crescer 32% até 2050, acendendo um alerta global sobre a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce.
A osteoporose é caracterizada pela diminuição da densidade óssea, tornando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Considerada uma epidemia silenciosa por ser frequentemente assintomática nas fases iniciais e ter uma evolução lenta, a patologia vem aumentando o tempo de propagação e dificultando o tratamento após o diagnóstico.
A incapacidade causada pela doença, que pode muitas vezes impedir o exercício do trabalho, tem gerado benefícios previdenciários a pacientes com limitações funcionais decorrentes das fraturas. O que reforça a urgência de políticas públicas voltadas à prevenção e ao acompanhamento contínuo de pacientes em risco. Além dos impactos na qualidade de vida, o avanço da osteoporose traz custos expressivos para o sistema de saúde. Estudos apontam que o gasto anual com internações por fraturas relacionadas à doença chega a quase R$20 bilhões, valor superior ao custo de tratamentos para infarto e derrame.
Dr. Lucio Gusmão, ortopedista e especialistas em dor crônica e aguda, explica que a melhor forma de combater a doença é a prevenção e que o diagnóstico precoce se torna essencial para conter a progressão para a patologia.
“Quando a dor aparece, significa que já houve uma fratura, isso impacta totalmente a mobilidade e qualidade de vida do paciente. Manter uma alimentação rica em cálcio e vitamina D, praticar atividades físicas regulares, especialmente exercícios com impacto e fortalecimento muscular, e realizar exames periódicos de densitometria óssea são medidas extremamente eficazes para proteger a saúde dos ossos. Entre os principais fatores de risco estão o histórico familiar da doença, sedentarismo, baixa ingestão de cálcio e vitamina, tabagismo, consumo excessivo de álcool e o uso de alguns medicamentos”, diz.
Embora a Osteoporose seja silenciosa, não significa a ausência de sintomas. Os mais comuns são: dor ou sensibilidade óssea, diminuição de estatura com o passar do tempo, postura encurvada ou cifótica. Vale ressaltar que a doença não causa inchaço ou febre. Fraturas no quadril, punho e vértebras são as mais comuns em casos de osteoporose.
“A osteoporose pode ser primária ou secundária. A forma primária está geralmente relacionada ao envelhecimento e à queda natural dos níveis hormonais, principalmente nas mulheres após a menopausa. Já a secundária é causada por outras doenças ou pelo uso prolongado de certos medicamentos, como corticoides e anticonvulsivantes. Fisioterapias, acupuntura e medicamentos que ajudam a desacelerar a perda óssea são ótimas opções de tratamentos. Atualmente, é possível achar na medicina medicamentos que são capazes de estimular a formação de osso novo”, explica o especialista.