A sétima edição da Pesquisa Global de Gestão de Riscos de Terceiro, divulgada pela Deloitte, aponta que 82% dos líderes empresariais consideram que suas organizações têm níveis moderados a muito altos de conscientização/foco em questões ESG e requisitos relacionados. Já entre as empresas que atuam no Brasil, 69% afirmam que os responsáveis pelos riscos ESG têm uma forte compreensão de contexto de negócios, estratégia e objetivos que ancoram a gestão eficaz de tais riscos.
A necessidade de cuidados com o meio ambiente está cada vez mais em evidência e se estabelece como um pressuposto fundamental para o desenvolvimento econômico mundial. Diante deste cenário, novas diretrizes de comportamento empresarial surgem como uma forma de aumentar a conscientização no mundo corporativo. Dentre elas, está a pauta ESG, que trata sobre temas ambientais, sociais e de governança.
O especialista em meio ambiente Charles Dayler explica que hoje a sociedade exige que as empresas existam não apenas em função do lucro, mas também assumam responsabilidades ambientais e sociais frente à comunidade na qual estão inseridas. Segundo Dayler, a adoção da pauta ESG mostra o comprometimento das organizações com questões que impactam a sociedade.
“É uma sinalização de boas práticas, de boa fé da empresa de ir além da geração de lucro. Ela também está preocupada em fazer a entrega à sociedade e, de alguma forma, contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade melhor, da melhoria da comunidade em que estiver inserida”, destaca.
O levantamento traz as respostas de mais de 1.300 líderes de negócio de todo o mundo, sendo 233 do Brasil. A pesquisa concluiu que as organizações precisam continuar investindo em tecnologias que integrem a coleta e o processamento de dados ESG de fontes internas e externas.
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de 85% das indústrias brasileiras já formalizaram o compromisso ou pretendem implementar os critérios ESG em seus processos de produção. O estudo aponta que 13% dos empresários entrevistados afirmaram que os critérios não fazem parte da estratégia ou planejamento de suas empresas. O vice-presidente Executivo da CNI, Glauco José Côrte, destaca a importância da relação entre empresa e meio ambiente.
“Os desafios relacionados à sustentabilidade têm exigido cada vez mais responsabilidade e transparência na forma como as empresas interagem com o meio ambiente, se relacionam com seus stakeholders e nas estratégias de gestão adotadas. Isso tem impactado diretamente as avaliações de riscos e decisões de investimentos do mercado financeiro, demandando um reposicionamento das lideranças empresariais”, afirma.