Embora as doenças cardiovasculares sejam a principal causa de morte entre homens e mulheres no Brasil, o infarto em mulheres frequentemente se manifesta de forma diferente, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento. Para aumentar a conscientização sobre esse problema e incentivar a prevenção, a Dra. Juliana Vasconcelos, cardiologista e diretora médica do Oto Meireles, alerta para a necessidade de atenção aos sinais atípicos de ataque cardíaco na população feminina.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e do Ministério da Saúde mostram que as doenças do coração matam mais mulheres do que homens no país. Em 2023, a SBC apontou um aumento significativo no número de infartos entre mulheres jovens de 15 a 49 anos. A cardiologia tem historicamente focado mais na manifestação masculina da doença, que tipicamente envolve uma forte dor no peito. No entanto, a Dra. Juliana Vasconcelos, cardiologista, explica que o público feminino pode apresentar sintomas mais sutis.
“A manifestação clássica do infarto, que é aquela dor no peito forte, em aperto, irradiando para o braço esquerdo, é mais comum em homens. Já nas mulheres, essa dor pode não existir ou ser muito leve, sendo substituída por outros sintomas”, afirma Juliana.
Entre os sintomas atípicos em mulheres, o especialista destaca a fadiga intensa e inexplicável, mesmo em repouso, falta de ar ou dificuldade para respirar, náuseas e vômitos, dor na região do pescoço, costas, mandíbula ou estômago, palpitações e suor frio.
A prevalência de infarto em mulheres também está ligada a fatores como menopausa, que reduz a proteção hormonal, e o estresse. A profissional enfatiza a importância da prevenção. “Não podemos esperar os sintomas para agir. A prevenção é a melhor forma de evitar doenças cardiovasculares. É fundamental manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos regularmente e realizar exames de rotina, especialmente após os 40 anos, para avaliar a saúde do coração”, conclui.