Opções vão de instalação de barreiras de segurança à aulas de natação; Dados do Ministério da Saúde apontam mais 71 mil mortes entre 2010 e 2023
A segurança de crianças pequenas em ambientes aquáticos, como piscinas, lagoas e praias, requer atenção e rigor em medidas preventivas. Segundo dados do Ministério da Saúde, de 2010 a 2023, o Brasil teve aproximadamente 71 mil mortes por afogamento. Diante desse cenário, fortalecer a prevenção é essencial para proteger vidas.
O pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Hamilton Robledo, destaca a importância de atenção constante para garantir a segurança das crianças. “Além de evitar que fiquem sozinhas próximas a piscinas ou outras fontes de água, é preciso adotar medidas preventivas tanto em casa quanto em ambientes externos. Isso inclui instalar barreiras de proteção, como cercas ou tampas em tanques e cisternas, assim como supervisionar continuamente as crianças durante atividades aquáticas”, orienta.
A natação pode ser uma aliada na prevenção de afogamentos. Segundo a American Medical Association, aulas de natação podem reduzir em até 88% o risco de afogamento em crianças de 1 a 4 anos. A Sociedade Brasileira de Pediatria aponta que, a partir dos 6 meses, os pequenos já podem iniciar as aulas com acompanhamento.
“A prática da natação vai além da segurança, trazendo benefícios fundamentais ao desenvolvimento infantil. Ela contribui para o fortalecimento muscular e a coordenação motora, aspectos essenciais para o crescimento saudável das crianças. O contato com a água desde cedo estimula os sentidos e fortalece a confiança, promovendo bem-estar e qualidade de vida para os pequenos”, ressalta o especialista.
Medidas para evitar acidentes
Para garantir a segurança dos pequenos e prevenir acidentes em ambientes aquáticos, o pediatra elenca algumas medidas essenciais:
Ensino sobre segurança aquática: Ensine às crianças desde cedo a importância de respeitar os perigos da água e encoraje práticas seguras, como não correr perto de piscinas e não entrar na água sem permissão.
Alertas para baldes e banheiras: Lembre-se de que mesmo pequenas quantidades de água podem representar um risco. Mantenha baldes com água fora do alcance das crianças e esvazie banheiras imediatamente após o uso.
Informação é poder: Oriente todos os responsáveis pela criança, incluindo babás e familiares, sobre técnicas básicas de primeiros socorros e procedimentos em casos de emergência.
Barreiras de proteção: Instale cercas ao redor de piscinas domésticas, com altura adequada e travas de segurança. As barreiras ajudam a evitar que as crianças tenham acesso à água sem supervisão. Pode ser válido restringir o acesso de crianças pequenas a áreas da casa como banheiro e lavanderia, pois o vaso sanitário e baldes podem ser um risco para eles.
Colete salva-vidas: Utilize coletes salva-vidas homologados pela Marinha do Brasil e do tamanho adequado para a criança em atividades aquáticas. Boias e flutuadores não substituem a supervisão e o colete.
“Para garantir a segurança das crianças próximas a piscinas, é fundamental investir em métodos adicionais de proteção. Dispositivos como alarmes de detecção de movimento na água oferecem uma camada extra de cuidado, alertando os responsáveis em casos de acesso não autorizado”, comenta Robledo.
É essencial também orientar desde cedo sobre segurança aquática, incentivando o aprendizado da natação e a conscientização dos riscos. O especialista destaca que, mesmo que a criança se recupere após um acidente e volte a respirar, é indispensável levá-la imediatamente ao atendimento de emergência.
“Existe o risco de afogamento secundário (seco), que pode ocorrer horas ou até dias após o incidente, quando a água nos pulmões causa inflamação e dificuldades respiratórias”, alerta o pediatra.