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Especialista explica sobre métodos contraceptivos seguros durante tratamento oncológico e formas de preservar a fertilidade

Foto: National Cancer Institute/ Unsplash
Foto: National Cancer Institute/ Unsplash

O câncer de mama, tipo que traz maior impacto para a saúde reprodutiva da mulher, é o segundo de maior incidência no Brasil, com mais de 66 mil novos casos estimados para 2022

O diagnóstico de câncer é um momento de grande impacto na vida dos pacientes e de seus familiares. Além da preocupação com a saúde e o tratamento, um dos principais receios das mulheres diagnosticadas é como isso vai afetar sua fertilidade. De acordo com especialistas, o câncer em si, em geral, não causa infertilidade, mas sim o tratamento, pois a quimioterapia pode envelhecer o ovário em aproximadamente 10 anos. O câncer de mama, tipo que traz maior impacto para a saúde reprodutiva da mulher, é o segundo de maior incidência no Brasil. Foram estimados mais de 66 mil novos casos para 2022, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer.

A convite da Organon Brasil, a doutora Melissa Cavagnoli, médica ginecologista e obstetra com especialização em Reprodução Humana, explica sobre o tema. A especialista ressalta que, durante todo o tratamento oncológico, é fundamental usar métodos contraceptivos seguros para evitar uma gravidez de risco. Em alguns casos, como no câncer de mama, não é recomendável o uso de contraceptivos à base de hormônios como a pílula. Além do risco de aborto, a médica alerta sobre as consequências de uma gestação não planejada durante o tratamento de câncer. ‘’Depois de passar pelo tratamento contra o câncer e após o período de remissão, em média de cinco anos, quem vai liberar a mulher para engravidar é o médico oncologista’’, afirma.

Para aquelas que desejam preservar a possibilidade de engravidar, o congelamento dos óvulos é considerado um recurso seguro e rápido. No caso das mulheres com câncer, também é uma das principais formas de preservar a fertilidade. O ideal é fazer o procedimento antes de iniciar o tratamento contra o tumor. ‘’O procedimento não é dolorido, mas é preciso fazer aplicações de injeções de hormônios diariamente por cerca de 10 dias, e a chance de uma gravidez futura vai depender da idade em que os óvulos forem congelados’’, explica.

O aumento de casos entre mulheres mais jovens nos últimos anos tem chamado a atenção. No Brasil, a incidência hoje é de 4% a 5% em pessoas com útero com menos de 35 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia. Além do congelamento, há também a possibilidade do congelamento de um pedaço do ovário, no caso de crianças e adolescentes com câncer que precisam passar o quanto antes pela cirurgia ou que ainda não entraram na fase reprodutiva. ‘’O procedimento é feito por laparoscopia, uma técnica cirúrgica minimamente invasiva com rápida recuperação’’, pontua.

Segundo a especialista, outros tipos de câncer que podem afetar a fertilidade por conta do tratamento são o de medula óssea, linfomas e tumores pélvicos. ‘’Por isso, é importante conversar com o médico oncologista para entender o diagnóstico, os tipos de tratamento pelos quais a paciente vai ter que passar e como eles podem afetar a fertilidade’’, finaliza.

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