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Especialistas debatem papel da matemática no avanço da economia digital em painel na B3

Foto: Divulgação/ B3
Foto: Divulgação/ B3

Jo Boaler (Stanford), Marcelo Viana (IMPA) e representante do MEC participam do painel na quarta-feira (20)

Com a digitalização acelerada da economia, a Matemática ganha um papel central na construção de um Brasil mais competitivo, inovador e inclusivo. O painel vai reunir, na próxima quarta-feira (20), em São Paulo, Jo Boaler, professora da Universidade de Stanford e idealizadora da abordagem Mentalidades Matemáticas (MM); Marcelo Viana, diretor-geral do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), Alexsandro Santos, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do Ministério da Educação (MEC), Patricia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social; Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação); e Thiago Nascimento, diretor-executivo do Instituto Decodifica, para debater a democratização do ensino da Matemática no país em um mundo cada vez mais tecnológico.

Organizado pelo Instituto Sidarta, responsável pelo programa Mentalidades Matemáticas, em parceria com B3 Social, Fundação Itaú e Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), o evento é voltado para educadores, formuladores de políticas públicas e líderes do setor produtivo.

“Especialistas apontam a inteligência artificial como a maior revolução dos próximos séculos. Se isso é um exagero, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: ela já está transformando nossas vidas. Retomar o pensamento matemático e compreender os algoritmos é essencial para que possamos ocupar, de forma consciente e protagonista, o lugar que nos cabe no desenho desse novo futuro”, destaca a presidente do Instituto Sidarta, Ya Jen Chang.

Mediada pela jornalista Renata Cafardo, a primeira mesa “Qual Matemática estamos falando”, terá Boaler e Viana para debater por que é preciso ensinar nas escolas uma matemática atual e conectada com as transformações tecnológicas. A abordagem de ensino desenvolvida pela educadora, baseada numa Matemática visual, criativa e acessível, é aplicada há nove anos no Brasil pelo Instituto Sidarta. Quase 10 mil docentes brasileiros foram formados, alcançando mais de 1,6 milhão de estudantes em 30 cidades. Boaler também defende a urgência do letramento em dados, fundamental em tempos de fake news e de um volume gigante de informações e conteúdos.

“Vivemos em uma era tecnológica em que a Matemática e a alfabetização de dados são mais essenciais do que nunca. No entanto, preparar os estudantes apenas para executar cálculos — tarefas que os computadores já fazem com rapidez — é limitar seu potencial. O que realmente precisamos é incentivá-los a fazer perguntas críticas, explorar diferentes ideias e desenvolver um pensamento adaptável e criativo. Quando aprendem a aplicar essa flexibilidade mental aos desafios, os alunos se tornam verdadeiramente capacitados para compreender e transformar o mundo por meio da Matemática”, destaca Jo Boaler.

Já Viana está à frente do IMPA que, em 2024 lançou o seu primeiro programa de graduação dedicado a formar profissionais para o mercado de trabalho tecnológico. Gratuito, o bacharelado do IMPA Tech reserva 80% das vagas para medalhistas de olimpíadas, como a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), maior competição científica do país, que reúne mais de 18,5 milhões de participantes e é responsável por identificar talentos em todos os cantos, especialmente em regiões com menor acesso a oportunidades.

Investir no ensino de Matemática, desde a educação básica até a pós-graduação, é um passo essencial para preparar o país para os desafios da era digital. Anfitriã do evento, a B3 Social se dedica a iniciativas de educação financeira e matemática, com o objetivo de preparar futuras gerações.

“A B3 Social acredita que a educação matemática de qualidade é um pilar essencial para a inclusão social e a participação ativa da sociedade na nova economia digital. Apoiar iniciativas como o painel ‘Como a matemática vai incluir o Brasil na economia digital’ é uma forma de contribuir para um país mais justo, onde todos tenham as ferramentas para compreender e transformar o mundo ao seu redor. E receber a Jo Boaler no Brasil é um marco para quem também acredita que o ensino da matemática pode ser acessível, inclusivo e conectado com os desafios do século 21”, afirma Fabiana Prianti, head da B3 Social.

Da formação de profissionais à segurança digital, passando pela inteligência artificial e pela análise de dados, a Matemática está no centro das transformações que movem a nova economia. Estudo do Itaú Social, com apoio do IMPA, revela que os rendimentos dos profissionais que atuam em áreas ligadas à Matemática corresponderam a 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, entre os anos de 2012 e 2023. Além dos dados da pesquisa, Patricia Mota Guedes abordará, na segunda mesa do painel, a parceria do Itaú Social com o Instituto Sidarta na expansão do programa Mentalidades Matemáticas no Brasil.,

“Os baixos resultados dos estudantes em Matemática, como demonstram os indicadores, sinalizam que ainda temos um longo caminho a percorrer na qualidade do ensino. E quando crianças e adolescentes – e mesmo professores – passam a acreditar que a disciplina é mesmo quase impossível de se gostar e aprender, nos deparamos com o fenômeno da ansiedade matemática e aprofundam-se ainda mais as desigualdades. É urgente que a comunidade escolar, com o apoio de políticas públicas estruturadas e eficazes, desafie esse cenário e ofereça abordagens inovadoras e atrativas, para que o aluno se torne um agente ativo de sua aprendizagem. Aprender matemática é um direito”, afirma Patricia.

A mesa intitulada “Como a sociedade está endereçando o desafio da Matemática” contará com a mediação de Ya Jen Chang, e vai debater como poder público, setor privado e terceiro setor podem contribuir para a necessária revolução no ensino da Matemática no Brasil, que segue patinando em avaliações como o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).

Alexsandro Santos apresentará o Programa Toda Matemática, lançado este ano pelo governo federal para consolidar a disciplina como ferramenta essencial para o desenvolvimento educacional dos estudantes e do país. Thiago Nascimento vai mostrar o trabalho realizado no Instituto Decodifica, laboratório de geração cidadã de dados que nasceu para transformar favelas e periferias em protagonistas das decisões sobre o presente e o futuro do país. Presidente da Undime nacional e da paulista, Luiz Miguel Martins Garcia, secretário municipal de Educação de Sud Mennucci (SP), falará do trabalho de mobilização da entidade com os gestores na aplicação das políticas públicas.

Atuando na pesquisa, tabulação e análise de dados na área da educação, o Iede, parceiro do evento, tem como um dos seus pilares de atuação contribuir para a melhoria do ensino de matemática. Com apoio da B3, o instituto desenvolve uma série de estudos que buscam conhecer as boas práticas na área, além de evidenciarem o tamanho do desafio do Brasil para garantir a aprendizagem de seus estudantes na disciplina. No Saeb, por exemplo, apenas 5% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio, na rede pública, têm aprendizado considerado adequado em matemática. “O Brasil precisa colocar o ensino de matemática como uma de suas agendas educacionais prioritárias, dada a sua importância para o pleno exercício da cidadania e para o crescimento econômico do país, de maneira mais ampla. Não temos conseguido garantir em nossas escolas bons índices de aprendizagem e o desenvolvimento do pensamento matemático. Esse avanço passa por aprender com experiências nacionais e internacionais exitosas e por uma abordagem em sala de aula mais acolhedora e conectada com as demandas do mundo atual”, afirma Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Iede.

Após os debates, será exibido o documentário “Counted Out” (“Excluídos pela Matemática” em tradução livre), dirigido por Vicki Abeles. A obra provoca reflexões sobre a importância da matemática na sociedade e os desafios enfrentados na educação da disciplina.

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